Briga interna

‘Queremos que Vaccarezza defenda reforma política do PT, nada além disso’

Secretário da Juventude do PT de São Paulo afirma que, ao rejeitar proposta de reforma política do partido, deputado “dá as costas às ruas' e ao que elas disseram em junho

Blog JPT

Rogério: ‘Dizer que somos minoritários demonstra que ele não conhece a juventude do partido em São Paulo’

São Paulo – Em resposta à entrevista do deputado federal Cândido Vaccarezza à RBA na quinta-feira (3), o secretário estadual da Juventude do PT de São Paulo, Rogério Cruz, afirmou que a corrente do partido da qual faz parte, Construindo um Novo Brasil (CNB), não é minoritária e que a cobrança em relação à atuação do parlamentar é por um posicionamento coerente com as orientações da legenda. “O pedido que já protocolamos no diretório estadual é para provocar o debate no partido no sentido de que a atuação dele enquanto parlamentar do PT tem de estar alinhada com o pensamento do partido. Não estamos cobrando nada além disso.”

O grupo pede a expulsão de Vaccarezza. Segundo Cruz, o deputado “tem um problema de concepção de sua atuação parlamentar”. No entanto, o secretário de Juventude afirma que o canal do diálogo não está fechado. “Nós estamos abertos, se ele quiser, para debater isso.”

Na entrevista, Vaccarezza atribui a pressão por sua saída do partido a grupos isolados do PT. “Este é um ato (o pedido protocolado) de pessoas que não deveriam estar no PT, que nunca se encontrarão numa posição majoritária e sempre fizeram parte de grupos que não defendem as posições do partido”, afirmou o deputado. Ele também disse que está “sintonizado com as alianças e coligações” defendidas pela maioria do partido e segue as orientações do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e da presidenta Dilma Rousseff, inclusive com o PMDB.

“Quanto a nós sermos de grupo isolado, eu acho que quem é de grupo isolado é ele, que é de uma corrente regional do PT (Novo Rumo, no estado de São Paulo). Não somos minoritários nem no PT nem na Juventude. A CNB é a maior corrente do partido. Mas a discussão não é uma briga entre mim e ele, entre quem conduz a Juventude e ele.”

Para Rogério Cruz, “o problema que representa o Vaccarezza transcende qualquer discussão interna de correntes. A posição é unânime, da juventude do PT do estado de SP, não é minha. Dizer que somos minoritários demonstra que ele não conhece a juventude do partido em São Paulo e não sabe qual é a correlação de forças interna”.

A respeito da política de alianças que Vaccarezza diz seguir sob orientação de Lula, Cruz afirma que o parlamentar “está misturando tudo”. “Uma coisa é política de aliança para disputa eleitoral, outra para governabilidade, e outra coisa é o que ele está fazendo, que não tem nada a ver com política de aliança. Ele ter aceitado o convite do Henrique Alves, contrariando a indicação do PT, é um fato grave”. Ao rejeitar a proposta de reforma política do PT, na opinião do secretário de Juventude, Vaccarezza “dá as costas às ruas, ao que as ruas disseram em junho”.

“Nós não estamos discutindo política de alianças. Quando falamos de reforma política estamos discutindo que ele transformou a proposta de reforma política numa minirreforma eleitoral que vai discutir cavaletes (a proposta da minirreforma proíbe cavaletes com propagandas em vias públicas)”, esclarece Rogério Cruz. “O que estamos cobrando dele é com base no que o Diretório Nacional vem aprovando. O DN aprovou uma proposta de reforma e queremos que o deputado defenda isso no Congresso.”