PT trabalha nos detalhes, e PMDB deve oficializar apoio a Haddad na quarta

Com 13,6% dos votos no primeiro turno, Gabriel Chalita condiciona apoio à incorporação de parte de suas propostas ao plano de governo de Fernando Haddad

Um fator que pesa para o apoio de Chalita a Haddad é o fato de o petista representar uma mudança na cidade (Foto: Leonardo Prado/Agência Câmara)

São Paulo – Após nova reunião hoje (9), PT e PMDB trabalham sobre os detalhes para oficializar até amanhã o apoio do candidato derrotado à prefeitura de São Paulo Gabriel Chalita ao petista Fernando Haddad, que disputa o segundo turno contra o tucano José Serra. Chalita, que foi secretário da Educação do governo estadual de Geraldo Alckmin (PSDB), é atualmente deputado federal e teve 13,6% dos votos válidos no último domingo, o equivalente 833.255 eleitores. 

“Nos próximos dias, ou quem sabe nas próximas horas, podemos anunciar o apoio”, afirmou Haddad ao chegar para reunião com os prefeitos eleitos pelo PT em primeiro turno e os candidatos que disputarão o segundo turno nas cidades com mais de 200 mil habitantes. “Uma circunstância que contribui muito para que isso aconteça é que fizemos uma proposta de mudança de rumo em São Paulo.” 

José Serra é padrinho político do atual prefeito, Gilberto Kassab (PSD), que sofre de alto desgaste político junto à população. Além disso, Chalita não mantém boa relação com o tucano e o PMDB integra a base de apoio a Dilma Rousseff no Congresso Nacional. Por isso, Serra disse hoje, após reunião com vereadores que foram eleitos por sua coligação, que não se surpreendeu com o avançado das negociações entre PT e PMDB. “Mas queremos os eleitores”, avisou. “Vamos atrás dos eleitores que votaram no Chalita – e também dos que votaram no Haddad.”

Chalita e Haddad estiveram reunidos hoje com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, do PT, e o vice-presidente da República, Michel Temer, do PMDB. O candidato derrotado voltou a afirmar que condiciona o apoio à incorporação de algumas de suas propostas ao plano de governo do petista. Em especial, ele quer que Haddad encampe a ideia de construir 39 Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) e o plano para monitoramento eletrônico das ruas da cidade. 

De acordo com o adversário de Serra, os respectivos coordenadores de campanha terão uma nova reunião nas próximas horas para definir como será feita a incorporação das propostas. A assessoria de comunicação de Chalita informa apenas que haverá uma reunião entre Temer, Chalita e o presidente do diretório estadual do PMDB, deputado estadual Baleia Rossi, para discutir a questão. O anúncio deve ser feito amanhã à tarde. 

Busca de alianças

Sétimo colocado na disputa pela prefeitura de São Paulo, com apenas 0,63% dos votos válidos, o sindicalista Paulo Pereira da Silva, o Paulinho da Força (PDT), teria decidido declarar apoio a Serra no segundo turno das eleições. “É uma força política que se agrega”, comentou o tucano, lembrando a influência de Paulinho sobre o sindicalismo – além de deputado, o ex-candidato é presidente licenciado da Força Sindical, segunda maior central do país.

O acordo com os tucanos, segundo sites noticiosos, teria ocorrido na madrugada de hoje (9) em reunião entre Paulinho, o governador Geraldo Alckmin e o próprio Serra, que teria chegado meia-noite ao encontro. O anúncio oficial deve ser feito apenas na quinta-feira (11).

O PDT tem uma secretaria no governo Alckmin, a do Emprego e Relações do Trabalho. Mas o partido também está no governo federal, com Brizola Neto no Ministério do Trabalho. Brizola tem reunião com Paulinho, ainda hoje, para convencê-lo a apoiar Haddad.