Corrida eleitoral

PT oficializa chapa Lula-Alckmin e aliança com sete partidos em convenção em São Paulo

Lula é o primeiro candidato a presidente de uma coligação nacional a oficializar candidatura, a sexta do ex-metalúrgico

Ricardo Stuckert
Ricardo Stuckert
O evento conta com a presença da Direção Nacional do PT e do ex-governador Geraldo Alckmin (PSB), que será confirmado como candidato à vice

São Paulo – Enquanto o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e seu vice, o ex-governador Geraldo Alckmin (PSB), cumprem agenda no Nordeste, o PT formaliza na manhã desta quinta-feira (21), em São Paulo, a sua candidatura à Presidência da República e a aprovação da coligação Brasil da Esperança, formada por PV e PCdoB.

O anúncio será feito em convenção partidária protocolar, sem o peso de um evento de campanha e descolada dos compromissos de Lula, que desde ontem (20) está em Pernambuco. Ao lado de políticos do PSB, entre eles, o pré-candidato ao governo estadual, Danilo Cabral, ontem Lula participou de atos públicos em Garanhuns, Caetés e Serra Talhada, no sertão pernambucano. E, nesta quinta, vai a Recife, onde participa de comício na Praça do Carmo, palco histórico de atos políticos na capital de seu estado natal, no final da tarde. 

Em maio, o petista e seu vice realizaram grande evento para o lançamento da chapa. No caso da cerimônia da convenção partidária, ela atende à legislação eleitoral que exige que os partidos se reúnam para decidir seus candidatos a cargos eletivos, como o de presidente da República. As convenções precisam ocorrer de 20 de julho a 5 de agosto do ano eleitoral. 

Candidatura mais ampla desde 1989

Essa será também a sexta campanha de Lula ao Palácio do Planalto. Nas três primeiras tentativas – em 1989, 1994 e 1998 – ele acabou derrotado, mas venceu em 2002 e foi reconduzido ao cargo em 2006. No entanto, essa poderia ser a sétima disputa do ex-presidente, que chegou a liderar a corrida em 2018, mas foi impedido de concorrer ao ser preso pelo ex-juiz Sergio Moro, no âmbito da Operação Lava Jato. Um processo julgado parcial e que violou os direitos políticos do petista, conforme reconheceu a Organização das Nações Unidas (ONU) em abril. 

Agora, contudo, Lula será o primeiro candidato a presidente de uma federação partidária (PT, PCdoB e PV), coligada com outros quatro partidos. Será a aliança nacional mais ampla desde 1989. Em 1994, a chapa de Lula para o Palácio do Planalto chegou a contar com o apoio de sete siglas. À época, pela Frente Brasil Popular pela Cidadania, participaram PT, PSB, PPS, PV, PCdoB, PCB e PSTU. Embora seja o mesmo número de partidos, a articulação para o pleito deste ano é mais ampla por reunir também siglas que não estão à esquerda do espectro político. Além disso, no início desta semana, representantes do MDB de 11 estados oficializaram também apoio a Lula já no primeiro turno das eleições, a despeito da candidata da legenda, Simone Tebet. 

De acordo com as pesquisas, o petista lidera em intenção de voto a corrida pela Presidência da República. Uma das mais recentes, do PoderData, divulgada ontem, indica que Lula segue na vantagem contra o presidente Jair Bolsonaro (PL), que anunciará sua candidatura no próximo domingo (24). O ex-presidente obteve 43% dos votos, ante 37% do atual em simulação de primeiro turno. 


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