São Paulo – A direção nacional do PT divulgou nota hoje (15) em que contesta a prisão do tesoureiro do partido, João Vaccari Neto, por considerá-la “injustificada e desnecessária”. Segundo texto assinado pelo presidente da legenda, Rui Falcão, Vaccari tem se colocado à disposição para colaborar com as investigações desde o início.

Vaccari é acusado de corrupção passiva e lavagem de dinheiro, de acordo com delatores da Operação Lava Jato, da Polícia Federal. Eles afirmam que o tesoureiro intermediou doações de propina em contratos com fornecedores da Petrobras. Segundo a denúncia apresentada à Justiça Federal pelo Ministério Público Federal, no Paraná, Vaccari teria participado de reuniões com ex-diretor de Serviços da Petrobras Renato Duque, nas quais eram acertados os valores de propina que seriam transferidos ao PT como doações legais.

Em depoimento na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Petrobras, na semana passada, o tesoureiro afirmou que todas doações ao partido intermediadas por ele obedeceram à legislação e normas do Tribunal Superior Eleitoral – inclusive doações feitas por empresas que têm contratos de fornecedores da Petrobras. Vaccari reafirmou que todas as doações são feitas por transações bancárias e com prestação de contas ao TSE.

Na manhã de hoje, sob alegação de que sua permanência em liberdade poderia atrapalhar o andamento das investigações, no momento em que se abre nova fase da Operação Lava Jato, a Justiça determinou a prisão preventiva de Vaccari, que foi levado para a sede da Polícia Federal em Curitiba, que conduz as investigações.

O deputado Sibá Machado (AC), líder do PT na Câmara, afirmou a jornalistas que a prisão é política. “Na minha opinião, esta é uma prisão política. Ele não fez nenhum tipo de arrecadação fora do que determina a lei brasileira. Confiamos no que foi feito”, disse. “Estamos extremamente desconfiados de que há uma orientação deliberada nessas delações premiadas para prejudicar o PT. Nós vamos fazer a nossa defesa”, completou.

Assista à reportagem da TVT: