Outros 99%

Em vídeo, Povo sem Medo explica a PEC 241: ‘Querem que você pague a conta da crise’

Audiovisual que circula nas redes sociais afirma que cortes de gastos impostos pela PEC do teto recaem sobre a maioria dos trabalhadores, enquanto o 1% mais rico permanece com privilégios intactos

reprodução/Povo Sem Medo

PEC 241 acarretaria perdas de R$ 430 bi em áreas como educação, saúde e previdência, se já estivesse em vigor

São Paulo – “O Brasil é uma festa. Uma grande festa em que só um convidado se diverte, e os outros 99 trabalham”. Em vídeo divulgado ontem (9) nas redes sociais e no Youtube, a Frente Povo Sem Medo explica o que está por trás da tentativa de aprovar a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 241, que estabelece o congelamento de gastos do governo por 20 anos, e afirma que a medida do governo Temer só atende aos interesses do 1% mais rico da população, composto por famílias de empresários, banqueiros e donos de terra.

Narrado pelo escritor e humorista Gregório Duvivier, o vídeo chama o presidente Michel Temer de “homem do golpe” e o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, de “homem dos bancos”, e aponta que os limites de gastos impostos pela medida garantiriam recursos para o pagamento dos juros dos títulos da dívida pública que, em sua maioria, estão concentrados em mãos dos mais ricos.

Essa proposta está sendo festejada pelo andar de cima, onde ficaram algumas famílias de empresários, banqueiros e donos de terra que detêm a maior parte da riqueza do país. São eles o famoso 1%. A PEC do teto é para eles. Eles que ganham com isso. Claro, diminui os investimentos sociais e sobram recursos para pagar juros extorsivos da dívida pública, a famosa bolsa-banqueiro.”

Baseado em estudo da Fundação Getúlio Vargas, se os cortes pretendidos estivessem valendo em 2015, haveria perdas de R$ 430 bilhões, sendo dois terços desse montante retirado de áreas como educação, saúde, previdência e assistência social, arrastando a conta da crise para o andar de baixo, que representa os demais 99% da população.

“E para o andar de cima, quando é que chega a conta? O 1% só ganha e não paga nada? Como é que ficam os bilhões em impostos sonegados, as grandes fortunas e heranças que nunca foram taxadas e os bancos que enchem os cofres com juros da dívida pública? Não aparecem na solução proposta para a crise que o Brasil enfrenta?”

“Ajuste no bolso dos outros é refresco”, alerta a Frente Povo Sem Medo, que conclama a população a ir às ruas contra esses ataques e para exigir que “o andar de cima” pague a conta da crise. “Somos a maioria. Somos os 99%. Faça parte dessa luta.”