São Paulo – O jurista Cristiano Zanin é um dos nomes fortes para substituir Ricardo Lewandowski no Supremo Tribunal Federal (STF). Para isso, o presidente Lula deve resistir a pressões que recebe de todos os lados contra uma eventual indicação. Conhecido por atuar na defesa de Luiz Inácio Lula da Silva, antes e depois de sua prisão arbitrária, em 2018, Zanin virou alvo de artigos e “reportagens” na mídia comercial. Mas os setores da imprensa que foram sócios do ex-juiz Sergio Moro na Operação Lava Jato, têm a mesma credibilidade do ex-juiz.

A diferença é que Moro teve de abandonar a magistratura por falta competência e de insuspeição para julgar. Enquanto a mídia ainda não fez sua autocrítica por se associar a Sergio Moro para promover a ascensão do fascismo no Brasil.

O impulsionamento da extrema direita no mundo é conhecido, e até objeto de reportagens de pé de página, da imprensa comercial. O que falta é seus editorialistas admitirem seu papel nesse movimento.

Ao tentar contaminar uma eventual indicação de Cristiano Zanin para suceder Lewandowski, essa parte parte lavajatista da imprensa põe novamente as mãos em um processo que não prosperaria sem ela. Sem mídia não tem lawfare – como é chamado o uso deliberado do sistema de Justiça com objetivos políticos, não de justiça.

Perseguido por trabalhar bem

Zanin é um dos tradutores do conceitos de lawfare para o português. Na guerra convencional, as armas são explícitas, enquanto na guerra do lawfare, a arma é a farsa. Ou seja, vale até iludir o público em nome da “justiça”, mesmo que para tanto transforme-se a lei em letra morta.

Assim, vale a pena acompanhar esta entrevista de Cristiano Zanin ao Prerrô na TVT. É uma forma de se entender melhor por que Zanin, muito antes de Lula e da Lava Jato, teria potencial para estar no STF.

Em recente entrevista ao portal UOL, o ministro do STF afirmou que já votou várias vezes contra teses de Cristiano Zanin, mas que sua qualidade profissional é indiscutível. Perguntado por um colunista se não seria um contra-senso ter no STF um jurista que atuou contra Lava Jato, Barroso foi categórico: “Você não pode penalizar alguém por ter trabalhado bem”.