Lista aumenta

PGR denuncia mais 150 golpistas presos no acampamento em frente ao QG do Exército

Ao todo, Procuradoria já denunciou 254 pessoas que participaram da invasão e depredação das sedes dos três poderes em Brasília

Marcello Casal Jr/Agência Brasil
Marcello Casal Jr/Agência Brasil
PGR voltou a classificar acampamento como uma espécie de "vila", com infraestrutura para manter os golpistas

São Paulo – A Procuradoria-Geral da República (PGR) denunciou, nesta sexta-feira (27), mais 150 pessoas envolvidas nos ataques golpistas do dia 8, em Brasília. Os denunciados foram detidos no acampamento que ficava em frente ao Quartel-General do Exército, em Brasília. Eles deverão responder por “incitação ao crime equiparada pela animosidade das Forças Armadas contra os Poderes Constitucionais” e “associação criminosa”.

De acordo com a PGR, o grupo de golpistas está preso preventivamente no Distrito Federal, e todos já passaram por audiências de custódia. Essa é a quinta ação contra seguidores do ex-presidente Jair Bolsonaro que participaram da tentativa de golpe que culminou com a destruição das sedes dos três poderes.

Ao todo, 254 foram formalmente denunciadas até agora. Além dos acampados, outras denúncias incluem pessoas que foram presas em flagrante por depredações do Congresso Nacional e do Supremo Tribunal Federal (STF). Assim, se o STF acatar as denúncias, todos passarão da condição de investigados a réus.

Na denúncia, o coordenador do Grupo Estratégico de Combate aos Atos Antidemocráticos, subprocurador Carlos Frederico Santos, disse que no acampamento em frente ao QG “havia uma evidente estrutura a garantir perenidade, estabilidade e permanência” dos golpistas.

Do mesmo modo, a acusação repete argumento utilizado na semana passada, quando a PGR denunciou outros 54 golpistas que estavam no acampamento. O ambiente funcionava como uma espécie de “vila”, com local para refeições, feira, transporte, atendimento médico, entretenimento, estrutura para lives e podcasts, massoterapia, carregamento de aparelhos e até assistência religiosa.

‘Minicidade golpista’

Mais cedo, o interventor federal na Segurança Pública do DF, Ricardo Cappelli, afirmou que o acampamento em frente ao QG do Exército teve papel central na tentativa fracassada de golpe. Nesse sentido, durante a apresentação do relatório sobre os atos criminosos ocorridos no dia 8, o interventor chegou a chamar o local de “minicidade golpista”. “Todos os atos tiveram sua organização, planejamento e ponto de apoio no acampamento. Aquilo virou um centro de construção de planos contra a democracia brasileira”, afirmou.


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