Brasília – A Polícia Federal indiciou hoje (26) o ex-presidente Lula e sua mulher, Marisa Letícia, no inquérito da Operação Lava Jato que apura a compra de um apartamento em Guarujá, no litoral paulista. Lula deve responder pelos crimes de corrupção passiva, falsidade ideológica e lavagem de dinheiro.

Em janeiro passado, em seu site, o ex-presidene já havia publicado farta documentação referente ao apartamento do Guarujá. Sob título “Desmontando a farsa”, o post chama de “armação” e “invencionice” a tentativa da PF de associar a aquisição do imóvel, que jamais se concretizou, a pagamento de propinas.

A conclusão do inquérito da PF antecede a denúncia que o Ministério Público deverá apresentar ao juiz Sérgio Moro, que conduz os processos do caso em primeira instância

O delegado da PF Márcio Anselmo afirma que Lula e Marisa foram “beneficiários de vantagens ilícitas” na reforma do apartamento e na guarda de bens do ex-presidente em um guarda-volumes

Na mesma investigação foram indiciados o ex-presidente da OAS, Léo Pinheiro, o ex-diretor da empreiteira Paulo Roberto Valente Gordilho e o presidente do Instituto Lula, Paulo Okamotto, em processo relacionado a recursos para manutenção do acervo presidencial.

Fernando Augusto Fernandes, advogado de Okamotto, reafirma, por meio de nota, que “não existe vantagem ilícita e nenhum crime na contribuição após a saída da presidência, para a manutenção do Acervo Presidencial. O acervo é privado, de interesse público e do povo brasileiro, regulado pela Lei 8394/91. Tal acervo é composto por milhares de cartas e lembranças do povo brasileiro e autoridades estrangeiras oferecidas ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A preservação de toda essa memória é uma das atribuições do Instituto Lula”, diz o comunicado.