Segue favorito

Pesquisa Quaest: Lula amplia vantagem sobre Bolsonaro na disputa em Minas

Diferença entre Lula e Bolsonaro era de 7 pontos percentuais, em maio, e subiu para 14 em nova pesquisa espontânea

Ricardo Stuckert/Divulgação
Ricardo Stuckert/Divulgação
Ao associar o apoio de candidatos a presidente para candidatos ao cargo de governador, Kalil é mais beneficiado. O ex-prefeito sai de 29% para 42% dos votos com Lula

São Paulo – O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva continua sendo favorito para vencer a disputa pela Presidência da República em Minas. De acordo com pesquisa Genial/ Quaest, divulgada nesta sexta-feira (8), o pré-candidato do PT ampliou a vantagem contra o atual presidente, Jair Bolsonaro (PL), de 7 pontos percentuais, em maio, para 14, na modalidade espontânea – quando não são informados os nomes dos candidatos. Lula recebeu 36% das intenções de voto, enquanto Bolsonaro pontuou 22%. 

Também houve ligeiro crescimento do ex-presidente sobre o atual na pesquisa estimulada. O petista cresceu dois pontos, para 46%. Bolsonaro manteve a pontuação, com 28% das intenções de voto. O pré-candidato do PDT, Ciro Gomes, aparece em terceiro, com 6%. Ele é seguido por André Janones (Avante), com 2%, e Simone Tebet (MDB) e Pablo Marçal (Pros), que marcam 1% cada. Indecisos são 7%, o mesmo índice de brancos e nulos. 

O resultado indica que, se as eleições fossem hoje, Lula venceria em Minas Gerais, com 54,1% dos votos válidos, ante 45,8% dos demais votos válidos. Ou seja, 32,9%  em Bolsonaro e 12,9% dos demais pré-candidatos.

Minas: espelho do Brasil

O atual presidente só tem vantagem com os eleitores de renda superior a cinco salários mínimos, entre evangélicos e aqueles que votaram nele no segundo turno das eleições de 2018. Já o ex-chefe do Executivo lidera em todos os demais quesitos de gênero, idade e escolaridade. 

Conforme reportou a RBA, a importância de Minas nas eleições para a Presidência da República é grande de um ponto de vista objetivo, mas, também, sob uma ótica de simbologia política. Desde a redemocratização do país, nunca um presidente foi eleito sem ganhar em Minas Gerais. O estado é o segundo maior colégio eleitoral do Brasil, com 15,8 milhões de eleitores, e só fica atrás de São Paulo, que tem 33,1 milhões.

A pesquisa Genial/Quaest também revela que, em um eventual segundo turno, Lula venceria Bolsonaro em Minas com diferença de 25 pontos percentuais. O ex-presidente tem a preferência de 55% dos eleitores mineiros, ante 30% das intenções de voto no atual mandatário. 

Disputa pelo governo estadual

O favoritismo de Lula também encontra ressonância na corrida pelo governo de Minas Gerais, onde o petista é o “eleitor” mais forte, conforme destacou o diretor da Quaest Pesquisa e professor da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Felipe Nunes, em seu Twitter. Para 60% dos eleitores do estado, segundo o estudo, o apoio de Lula “é muito importante” ou “importante” na decisão do voto para governador. No caso de Bolsonaro, o percentual é bem menor, de 46%. 

O desafio, contudo, destaca o cientista político, será fazer a informação dos apoios chegar ao eleitor. A pesquisa indica que, até o momento, o atual governador, Romeu Zema (Novo), mantém vantagem na disputa pela reeleição, mesmo após acordo do ex-prefeito de Belo Horizonte e pré-candidato do PSD, Alexandre Kalil com Lula. Zema aparece em primeiro lugar, com 44%, ante 26% de Kalil. 

Atrás dos dois, está o senador Carlos Viana, do PL, com 2%. Os pré-candidatos Vanessa Portugal (PSTU), Renata Regina (PCB), Miguel Corrêa (PDT), Marcus Pestana (PSDB) e Lorene Figueiredo (Psol) marcaram 1% das intenções de voto cada. Brancos e nulos somam 9% e indecisos, 15%. Os resultados se referem à pesquisa na modalidade estimulada, quando os nomes dos candidatos ao governo estadual são informados. No cenário espontâneo, sem os nomes, 73% dos entrevistados disseram estar indecisos. Zema ainda aparece em primeiro, com 15% das intenções. E também seguido por Kalil com 7% das citações. 

Associações com Lula

No entanto, o levantamento também mostra que Zema perde apoio quando associado ao pré-candidato à Presidência da República pelo seu partido, Felipe d’Ávila. As intenções de voto no atual governador caem de 46% para 26%. Ao associar o apoio de candidatos a presidente para candidatos ao cargo de governador, Kalil é mais beneficiado. O ex-prefeito sai de 29% para 42% das intenções de voto com a associação a Lula. Em terceiro na disputa, Carlos Viana ganha 10 pontos, de 5% para 15% dos votos, com a ligação a Bolsonaro. 

“Ou seja, se a informação dos apoios chegar ao eleitor, é provável supor que haverá uma mudança significativa nas intenções de voto daqui até o dia 2/10. Principalmente, porque o governo Bolsonaro continua com alta rejeição em Minas (46% de ruim ou péssimo)”, observa Felipe Nunes. O candidato do PSD precisará lidar com o desafio de ser ainda desconhecido pelos eleitores mineiros. Até 34% responderam que nunca ouviram nem falar de Kalil, principalmente no interior de Minas, onde Zema tem larga vantagem. O atual governador, porém, também precisará lidar com a rejeição, de 29%. 

“Kalil tem a seu favor 4 pontos: primeiro, 36% dos mineiros preferem a vitória de um governador ligado a Lula e 36% preferem alguém independente, não ligado a ninguém. Ou seja, há um eleitorado expressivo que vai buscar votar em quem estiver aliado à centro-esquerda em Minas”, avalia o diretor da Quaest Pesquisas. 

Sobre a pesquisa

A pesquisa foi realizada entre os dias 2 e 5, com 1.480 entrevistados. A margem de erro é de 2,5 pontos percentuais, e o nível de confiança é de 95%. O estudo foi registrado na Justiça Eleitoral sob os protocolos MG-00322/2022 e BR-01319/2022.

Redação: Clara Assunção – Edição: Helder Lima