Para Rui Falcão, ‘coincidência’ de data escolhida para operação da PF chama a atenção
Presidente nacional do PT insinua que depoimento de Vaccari ter sido realizado na véspera de comemoração dos 35 anos do partido pode não ter sido por acaso
Publicado 06/02/2015 - 13h24
“Trata-se de uma tentativa de criminalização, uma coisa induzida”, afirmou presidente nacional do PT
São Paulo – O presidente nacional do PT, Rui Falcão, disse, na noite de ontem (5), em Belo Horizonte, achar estranha a data escolhida para o depoimento do tesoureiro do partido, João Vaccari Neto, à Polícia Federal, em decorrência da deflagração da nona fase da Operação Lava Jato. “Foi uma coincidência que deveria chamar a atenção de todos”, observou. “Trata-se de uma tentativa de criminalização, uma coisa induzida, que vem sendo feita há muito tempo, com interesse de criminalizar o PT e os nossos dirigentes.”
O partido comemora 35 anos de fundação em ato político no Centro de Convenções Minas Centro, na capital mineira, nesta sexta-feira (6), embora a data do aniversário do PT seja 10 de fevereiro. A presidenta Dilma Rousseff e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva estarão no evento, além de ministros, governadores eleitos e lideranças do partido no Congresso Nacional.
Ainda sobre Vaccari, Falcão disse que “não há nenhuma razão para não apoiá-lo” no momento. O nome do tesoureiro petista foi o único que vazou à imprensa, apesar de 62 mandados terem sido emitidos. Quando Vaccari chegou à PF, em São Paulo, uma multidão de repórteres o aguardava.
Ontem, um dirigente do PT, ouvido pela RBA, observou que desde o ano passado havia um interesse midiático sobre o tesoureiro do partido. Segundo esse dirigente, isso aconteceu “quando ficou evidente que os vazamentos seletivos à imprensa de informações sigilosas eram endereçadas para atingir a reeleição da presidenta Dilma e o PT”.
CUT
A Executiva Nacional da CUT divulgou, ontem, nota de apoio a Vaccari, ex-presidente do Sindicato dos Bancários de São Paulo. “Os trabalhadores apoiam a luta contra a corrupção, mas repudiam que, em nome dela, lideranças da classe trabalhadora sejam perseguidas, julgadas politicamente e tenham seus direitos violados”, diz o documento, assinado pelo presidente da central, Vagner Freitas, e pelo secretário-geral, Sérgio Nobre.
O texto afirma ainda repudiar “a forma manipulada como a imprensa vem noticiando o depoimento de Vaccari”.
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