Eleições 2014

Padilha diz ter certeza de segundo turno: ‘Meu único adversário é Alckmin’

Candidato petista em São Paulo ressaltou que gestão tucana não é transparente em questões fundamentais, como a crise de abastecimento de água, alfinetou Skaf e disse que nunca viu PT tão forte

Fábio Vieira/Fotoarena/Folhapress

Padilha considera que terá uma vantagem ao defender abertamente a relação com Lula e Dilma

Guarulhos (SP) Durante a 14ª plenária da CUT, hoje (31), em Guarulhos (região metropolitana de São Paulo), no primeiro ato oficial da campanha para a reeleição de Dilma Rousseff à Presidência da República, o candidato do PT ao governo de São Paulo, Alexandre Padilha, declarou à RBA que seu “único adversário” é o atual governador, Geraldo Alckmin (PSDB), a quem criticou duramente sobre a crise de abastecimento de água, falta de investimento em metrô e trens, e o desrespeito do tucano na negociação com trabalhadores.

Padilha falou, ainda, a respeito da relação com Paulo Skaf (PMDB), que também concorre ao governo estadual. Nas últimas semanas surgiram críticas dentro do PMDB e do PT sobre a resistência que Skaf apresenta a aceitar a presença de Dilma Rousseff em seu palanque.

Na conversa, o petista ironiza a postura do adversário e avalia o cenário das pesquisas eleitorais. “Nunca vi o PT tão forte”, ressaltou.

Confira a entrevista.

Existe algum acordo sendo mediado com Skaf para o segundo turno?

Tenho certeza absoluta de que estarei no segundo turno e vou ter muito prazer, muita alegria de receber o apoio de todos aqueles que defendem uma mudança de verdade para o estado de São Paulo. Meu único adversário, tenho dito sempre, é o atual governador do estado de São Paulo, que há dez anos não faz uma obra importante para garantir água para o estado, que não trouxe o Metrô até Guarulhos, como estava prometido, que não trouxe trem da CPTM até Guarulhos, como estava prometido, que não tem com os trabalhadores uma relação de respeito, de negociação permanente. Esse é o meu adversário. Vou apresentar um programa de governo que mude a realidade do estado de São Paulo. Vou ficar muito feliz de receber o apoio das outras candidaturas no segundo turno.

Na questão da água, o que seria uma atitude emergencial do governo do estado?

Em primeiro lugar, o governo do estado tem que ser transparente. Não pode enganar o povo de São Paulo. Não pode enganar os empresários de São Paulo. Se você pegar as entrevistas, os informes desde dezembro do ano passado, a cada mês, a história é diferente. Uma vez, ele (Alckmin) chegou em Guarulhos e disse que não iria cortar a água. Depois, mandou um e-mail informando a prefeitura de que iria cortar. Em dezembro, foi até Campinas dizendo que não iria cortar a água. Depois, cortou.

Muito se tem falado sobre o palanque duplo de Dilma em São Paulo, com você e o Skaf. Ele tem resistido a isso. Qual sua leitura?

Faço minha parte. De alguém que defende a presidenta Dilma, de alguém que defende o presidente Lula. Tenho orgulho de ter sido ministro do Lula, ter sido ministro da Dilma. Temos compromissos comuns, temos projetos comuns. É natural que as pessoas que têm outros compromissos tenham algum grau de desconforto. Eu, não. Tenho pleno orgulho, muito ânimo em defender a presidenta Dilma do começo ao fim. Não vou esconder em nenhum momento que fui ministro de Dilma, fui ministro de Lula. Estamos juntos para mudar o Brasil.

As pesquisas estão mostrando uma estabilização do quadro. Como avalia?

Essas pesquisas mostram o que sempre mostraram, que é a eleição começando de um jeito e, no DataPovo, que é a eleição de outubro, o resultado é outro. Tenho certeza de que é isso que vai acontecer de novo. A campanha está começando. O clima está muito positivo. Nunca vi o PT tão forte. Que as pessoas não subestimem a força do PT, não desrespeitem o PT.