Genocídio

‘Nunca vi uma violência tão desumana contra inocentes’, afirma Lula sobre Gaza

Após os esforços do governo para resgatar 32 brasileiros de Gaza (18 crianças), Lula volta a criticar o massacre de inocentes

Rafa Neddermeyer/Agência Brasil
Rafa Neddermeyer/Agência Brasil
"Eu estou percebendo que Israel parece que quer ocupar a Faixa de Gaza e expulsar os palestinos de lá. Isso não é correto, não é justo"

São Paulo – Em novas mobilizações contra o genocídio da população palestina na Faixa de Gaza, centrais sindicais realizaram nesta terça-feira (14) um ato no centro de São Paulo para pedir paz. Embora a questão palestina seja central, o pedido dos sindicalistas foi mais amplo. Pedem o fim das mortes desnecessárias, dos conflitos em geral. No mesmo sentido, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) voltou a cobrar o cessar-fogo no Oriente Médio e a criticar guerras.

Sobre Gaza, Lula destacou que a violência de Israel chama atenção. Mais de 10 mil palestinos mortos, a maioria crianças e mulheres. O exército israelense tem predileção de alvos como hospitais e escolas. Mais de 300 médicos e profissionais de saúde já morreram nas mãos do estado sionista. “Aos 78 anos de idade, eu já vi muita brutalidade, muita violência, eu já vi muita irracionalidade. Mas eu nunca vi uma violência tão bruta, tão desumana contra inocentes”, disse Lula, durante o programa Conversa com o Presidente de hoje.

Lula parecia especialmente sensível ao tema durante a conversa. Isso porque, horas antes, ele recebeu 32 brasileiros que estavam sequestrados por Israel, mais de 10 dias impedidos de deixar Gaza. Assim, o presidente voltou a implorar pelo fim da violência contra inocentes.

“É preciso que a Organização das Nações Unidas convoque alguma coisa especial, porque essa guerra do jeito que vai ela não tem fim. Não tem fim. Eu estou percebendo que Israel parece que quer ocupar a Faixa de Gaza e expulsar os palestinos de lá. Isso não é correto, não é justo. Nós temos que garantir a criação do estado Palestino para que eles possam viver em paz junto com o povo judeu”, declarou

Ato das centrais

Para firmar posição sobre o tema, o grupo que reúne as principais centrais sindicais do país (CUT, CTB, UGT, Força, Nova Central, CSB e Pública) esteve em frente ao Teatro Municipal de São Paulo. O presidente da central, Sérgio Nobre, inclusive, questionou o X, antigo Twitter, por não conseguir postar fotos e seu relato sobre o dia. “Será coincidência ou ‘censura’ do X? Meu post com texto e fotos de ato de sindicalistas pela paz hoje, em SP, que critica Israel por massacre de milhares de civis, crianças, do povo palestino em Gaza, some após postado, e por 5 vezes”, afirmou.

Resgate de Gaza

Sobre os brasileiros repatriados após intenso esforço do governo federal, agora brasileiros voltam os olhares para ajudar essas pessoas. O governo já adiantou que tem abrigo e assistência de diferentes formas, inclusive psicológica. Contudo, a sociedade civil também abraça esses brasileiros palestinos, que sofreram os horrores do massacre – mais da metade deles são crianças.

Além disso, a Federação Árabe Palestina (Fepal) iniciou uma campanha de ajuda. “São brasileiros. Palestinos. São vítimas e testemunhas de um genocídio. Sobreviventes do genocídio que “Israel” executa nesse momento na Palestina”, afirmam.

“Os brasileiro-palestinos que retornam de Gaza, e que em breve estarão entre nós, precisam de muita ajuda. O persistente genocídio “israelense” na Palestina os levou a perderem tudo pela terceira vez. É nosso dever humano acolhê-los com toda dignidade que merecem, especialmente as 18 crianças que integram este primeiro grupo”, completam, ao iniciar a campanha.