Articulação

Lula conversa com presidente de Israel sobre situação em Gaza

Em uma conversa de tom positivo, Lula e Herzog reafirmaram compromissos pela soltura de reféns do Hamas e repatriação de brasileiros em Gaza

Ricardo Stuckert / PR
Ricardo Stuckert / PR
Lula reafirmou seu compromisso com iniciativas humanitárias. Ele argumentou que realiza apelos constantes pela libertação de todos os reféns

São Paulo – O presidente Luiz Inácio Lula da Silva conversou por 40 minutos com o Presidente de Israel, Isaac Herzog nesta quinta-feira (16). Eles discutiram a crise em curso na Faixa de Gaza. O presidente Herzog expressou suas preocupações com a situação dos reféns do grupo armado Hamas. Ele falou, mais especificamente, sobre latino-americanos entre eles. Então, ele pediu para que Lula reforçasse os apelos internacionais por sua libertação imediata. Para isso, ressaltou a relevância de Lula no cenário latino-americano.

Lula reafirmou seu compromisso com iniciativas humanitárias. Assim, ele argumentou que realiza apelos constantes pela libertação de todos os reféns durante conversas com diversos líderes do Oriente Médio, incluindo Irã, Emirados Árabes Unidos, Turquia, Catar, Egito, Autoridade Palestina, bem como com França, Rússia e Índia. Lula disse que fez uma recente videoconferência com famílias israelenses afetadas pela situação dos reféns. Então, afirmou estar dedicado em apoio a essa questão.

Lula e a repatriação de brasileiros

Lula ainda disse ser grato pela assistência de Israel na repatriação de 32 cidadãos brasileiros da Faixa de Gaza. O presidente ainda revelou preparativos em andamento para uma nova lista abrangendo cidadãos brasileiros e seus parentes palestinos. Ele permaneceu otimista em relação ao contínuo apoio de Israel para facilitar sua rápida saída de Gaza. Então, Herzog reforçou a postura positiva, prometendo esforços conjuntos para sua evacuação imediata. Ao receber os brasileiros repatriados, Lula prometeu aos brasileiros que ajudará suas famílias, mesmo se não forem nacionais

Em seguida, Lula reafirmou o legado do Brasil na convivência pacífica entre as comunidades judaica e árabe. Ele reforçou que condena atos de antissemitismo e reafirmou o compromisso inabalável do governo brasileiro em combater a intolerância, como prega a Constituição Federal, inclusive.

Laços históricos

Além disso, Lula relembrou dos laços históricos do Brasil na fundação do Estado de Israel. Em 1948, sessão da ONU que deliberou favorável à criação do estado judeu contou com mediação do diplomata brasileiro Osvaldo Aranha. Então, Lula reiterou sua firme convicção na necessidade de uma solução de dois estados, defendendo que Israel e Palestina coexistam pacificamente com fronteiras reconhecidas e seguras.

Destacando o apoio do Brasil à reforma de órgãos de governança multilateral, o presidente também enfatizou a urgente necessidade de mecanismos mais eficazes para prevenir e resolver conflitos prolongados, como a crise atual no Oriente Médio. Assim, ele expressou profunda preocupação com a grave situação humanitária em Gaza, lamentando especialmente a perda de vidas inocentes, principalmente de crianças. Israel já matou mais de 11 mil palestinos, mais de 60% deles crianças e mulheres.

“O engajamento pró-ativo de Lula em lidar com a crise em Gaza destaca o compromisso do Brasil em promover a paz e estabilidade no cenário internacional, enfatizando a urgência de um esforço coletivo para aliviar o sofrimento humanitário na região”, informa comunicado do Planalto.