“não é simples”

Força-tarefa do governo federal atende repatriados da Faixa de Gaza

Os brasileiros e familiares palestinos que desembarcaram em Brasília estão recebendo atendimento de saúde, atualização de vacinas, assistência social, psicólogos e terão documentos

Jerônimo Gonzalez/MS
Jerônimo Gonzalez/MS
O grupo passou por momentos extremamente difíceis, em zona de guerra, e tem traumas que precisam ser superados

São Paulo – O governo federal realizou ontem (14) um balanço das ações para atender os 32 brasileiros e familiares palestinos que desembarcaram em Brasília na noite de segunda-feira (13), trazidos da Faixa de Gaza e repatriados no país. Eles estão recebendo atendimento de saúde, com atualização de vacinas, assistência social e psicólogos, além de emissão de documentos.

O processo de repatriação, conforme explica o Palácio do Planalto, “não é simples” e passa por várias etapas. Foram emitidos dez documentos de Cadastro de Pessoa Física (CPF) para a inserção de pessoas em programas de assistência social do governo e a segunda via de certidão de nascimento, RG, documentos de estrangeiros e outros.

Segundo Augusto de Arruda Botelho, secretário Nacional de Justiça do Ministério da Justiça e Segurança Pública, o grupo de repatriados foi ouvido a respeito das suas necessidades. Não há pedidos de status de refugiado. “O principal desse primeiro dia foi esse momento de escuta. Esse grupo passou por momentos extremamente difíceis, numa zona de guerra, e tem traumas que precisam ser superados”, afirmou Botelho.

O diretor de Atenção Hospitalar Domiciliar e de Urgência da Secretaria de Atenção Especializada do Ministério da Saúde, Nilton Pereira Júnior, afirmou que uma equipe do SAMU, com UTI móvel, acompanhou de perto a operação, apesar de não ter sido necessário deslocar ninguém em situação de emergência de saúde.

“Algumas pessoas que apresentavam sinais leves, do ponto de vista clínico ou psicológico, foram avaliadas imediatamente por médicos aqui e por médicos pediatras e equipes multiprofissionais aqui ao lado, no hospital da Força Aérea Brasileira (FAB)”, explicou Pereira.

Leia mais: Israel é alvo de denúncia no Tribunal Internacional pelo genocídio em Gaza

Crianças revelam trauma de aviões

De acordo com ele, algumas crianças ainda estão reagindo aos barulhos emitidos pelas aeronaves que sobrevoam o céu da cidade. Essas crianças estão sendo atendidas por um trabalho de ludoterapia e têm acesso a uma brinquedoteca que foi montada.

As pessoas estão sendo preparadas para entrar em uma rotina diferente da que conheciam, pois nesse processo começarão a sentir sinais e sintomas ainda não manifestados, e isso requer acompanhamento de equipes psicossociais dos estados, municípios e governo federal.