São Paulo – Uma série de detalhes sobre sua estreita relação com o contraventor Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira – revelados nos últimos dias a partir de investigações da Polícia Federal – tornaram ainda mais complicada a situação do governador de Goiás, Marconi Perillo (PSDB). 

Entre as novas evidências apontadas pela PF está a triangulação entre Perillo, Cachoeira e a construtora Delta em negócios envolvendo a casa do governador. Em outra denúncia, secretários do tucano aparecem como pagadores das contas do bicheiro.

Segundo reportagem do jornal O Estado de S.Paulo de hoje (17), até mesmo o PSDB já estuda retirar o apoio que tem dado até aqui a Perillo. Frente a esta versão, o presidente da sigla, deputado Sérgio Guerra, convocou jornalistas em Brasília durante a tarde para reafirmar o apoio ao governador. “O PSDB tem total confiança no governador Marconi Perillo. Não precisamos defendê-lo, porque ele sabe se defender e tem feito.”

Para o deputado Paulo Teixeira (PT-SP), vice-presidente da CPMI do Cachoeira, os novos fatos são suficientes para pedir indiciamento do governador. “Fechou o cerco. O relatório da Polícia Federal é a prova cabal de que a venda da casa foi para Cachoeira, foi pago com dinheiro da Delta e que houve uma vinculação entre os pagamentos de créditos para a empreiteira e a quitação das parcelas pela casa”, afirmou Teixeira. “Tem muitos tipos penais que ele será enquadrado.”

Teixeira afirmou ainda que defenderá nova convocação de Perillo para depor. Hoje, o senador Randolfe Rodrigues (PSOL-AP) deve apresentar requerimento nesse sentido.

Impeachment

Já o líder do PT na Câmara, deputado Jilmar Tatto (SP), disse ser contrário à nova convocação. Para ele, o tucano mentiu em seu depoimento e merece ser cassado pelo elo com o contraventor.  “Eu acho que não tem de convocar. Para quê? Para dar o showzinho dele? Bobagem. O que a CPI deveria fazer é representá-lo no Ministério Público para que esse possa representá-lo no Superior Tribunal de Justiça (STJ)”, disse o líder petista.

O líder petista afirmou que a Assembleia Legislativa de Goiás deveria abrir um processo de impeachment e que, se isso não fosse feito, caberia ao STJ tomar a medida de afastar Perillo da função. “É uma temeridade para Goiás ele continuar governador”.