Ajuda e Reconstrução

‘Não faltarão recursos’, afirma ministro sobre resposta a tragédias climáticas

Seca no Rio Grande do Sul e a maior tempestade do Brasil no Litoral Norte de São Paulo. Governo Lula luta contra tragédias climáticas

Paula Marina
Paula Marina
A Defesa Civil conta ao menos 48 mortos na região, sendo 47 em São Sebastião e um em Ubatuba. Desaparecidos são 38

São Paulo – “Não faltará orçamento, não faltarão recursos”, disse o ministro da Integração e do Desenvolvimento Regional, Waldez Góes, sobre municípios que enfrentam problemas climáticos. Segundo ele, o governo vai liberar recursos para cidades do Rio Grande do Sul e de São Paulo. Góes falou após reunião com o presidente Lula e os ministros Rui Costa (Casa Civil), Paulo Pimenta (Comunicação Social), Wellington Dias (Desenvolvimento Social), Carlos Fávaro (Agricultura), Jader Filho (Cidades) e Alexandre Padilha (Relações Institucionais), além do secretário-executivo do Ministério da Fazenda, Gabriel Galipolo.

Os gaúchos enfrentam uma seca que já dura três safras. Já o litoral norte paulista viu, no último domingo, a maior chuva da história, com mais de 600 milímetros (por metro quadrado por minuto) em 24 horas em algumas praias.

O governo já autorizou a liberação de R$ 7 milhões. O destino é a compra de cestas básicas, kits de limpezas, além de colchões e combustíveis para atingidos em São Sebastião. O Planalto informou que deve liberar mais verbas nos próximos dias, após receber planos de ação das prefeituras – além de São Sebastião, Ubatuba, Caraguatatuba, Ilhabela, Bertioga e Guarujá. Lula esteve no mais afetado deles, São Sebastião, ao lado do governador Tarcísio de Freitas (PL) e do prefeito Felipe Augusto (PSDB). Ele pediu pessoalmente o detalhamento de como o governo federal pode ajudar.

O governo federal também anunciou R$ 430 milhões para ações emergenciais no Rio Grande do Sul. O anuncio oficial será amanhã, em visita de ministros ao estado. Os recursos serão destinados às famílias atingidas em área como agricultura, desenvolvimento social e defesa civil. São 300 municípios que declararam estado de emergência. “Todos os dias liberamos recursos com base nos planos de trabalho, no reconhecimento de emergências e calamidades”, detalhou Waldez.

Tragédias climáticas

É cedo para avaliar os estragos na rodovia Rio-Santos, afetada com, ao menos, dez deslizamentos de grandes proporções. Foto: Paula Marina

Os esforços darão prioridade ao resgate de desaparecidos e atendimento de feridos no litoral norte de São Paulo. Em seguida, a diretriz é para reparar os danos. Lula pediu ao prefeito de São Sebastião que detalhe locais seguros, longe das encostas, para a construção de unidades do Minha Casa Minha Vida.

“Inclusive foi uma orientação que demos a pedido do presidente Lula. Para que os planos não ficassem apenas na ajuda humanitária, mas que já fossem trabalhados os planos de restabelecimento e reconstrução da cidade”, disse o ministro.

Waldez reforçou que o governo Lula começou com uma mudança brusca no trato aos desastres naturais. O governo anterior, de Jair Bolsonaro (PL), deixou apenas R$ 25 mil em caixa para as ações. Agora, mesmo antes da urgência em São Paulo e Rio Grande do Sul, o governo já havia alterado o orçamento para R$ 500 milhões.

Além disso, se mais dinheiro for necessário, Waldez explica que já existem planos de contingência. “Estamos com o que temos de dotação. Então, se lá na frente, diante das situações que poderão ocorrer em outras regiões, houver necessidade de alguma Medida Provisória, o presidente Lula já disse que autorizou a equipe econômica a tomar as providências.”

A Defesa Civil conta ao menos 48 mortos na região, sendo 47 em São Sebastião e um em Ubatuba. Desaparecidos são 38. A Prefeitura ainda contabiliza 1.943 pessoas desabrigadas e 1.686 desalojadas. Ubatuba, São Sebastião, Ilhabela, Guarujá, Caraguatatuba e Bertioga decretaram estado de calamidade pública. Além disso, o prejuízo financeiro ainda é inestimável. Também é cedo para avaliar os estragos na rodovia Rio-Santos, afetada por ao menos 10 deslizamentos de grandes proporções.