hospital de campanha

Maior navio da Marinha brasileira chega a São Sebastião para operações de socorro às vítimas da tempestade

Segundo ministros Waldez Góes e Márcio França, a Marinha está integrada à força-tarefa nacional para fazer atendimento médico-hospitalar dentro do navio ou em terra

Marinha do Brasil
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Maior navio da Marinha pode ser utilizado para vários fins e é adaptado para operar segundo as necessidades

São Paulo – O maior navio da Marinha do Brasil, o Atlântico, chegou a São Sebastião nesta quinta-feira (23) para participar das operações de resgate e atendimento às vítimas da tempestade que atingiu a região do litoral norte paulistano no carnaval e deixou quase 50 mortos confirmados até o momento. O navio também funciona como um porta-aviões e é classificado pela Marinha como “Navio-Aeródromo Multipropósito”.

A embarcação pode ser utilizada para diversos fins e é adaptada para operar de acordo com as necessidades. No litoral, ela será virtualmente um hospital de campanha. O Atlântico chegou à costa norte do litoral com 28 médicos e militares da área de saúde do Centro de Medicina Operativa da Marinha e equipe do centro médico do próprio navio. Ente eles, há ortopedista, cirurgião geral, anestesista e clínico geral, além de farmacêutico, cirurgião dentista e técnicos em enfermagem, entre outros especialistas.

O Atlântico tem enorme capacidade de instrumentos embarcados. Segundo a Marinha, entre outros, são seis helicópteros do Comando da Força Aeronaval; três embarcações de desembarque de viatura e pessoal com capacidade para embarque de 35 pessoas cada; uma lancha de transporte de pessoal para 20 pessoas; grupamento operativo com 180 Fuzileiros Navais; e as equipes médicas com centro de atendimento.

Waldez Góes e Márcio França falam à imprensa perto do navio Atlântico

Os ministros Waldez Góes (Integração e Desenvolvimento Regional) e Márcio França (Portos e Aeroportos) falaram à imprensa perto do navio. Segundo Góes, a determinação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) foi para que a Marinha entrasse na força tarefa dos governos federal, estadual e municipais, no auxílio às vítimas da tragédia. A força da Marinha pode atuar na região devastada tanto na área da saúde quanto desobstrução de estradas e ajuda humanitária, e principalmente atendimento hospitalar.

Marinha integrada à força-tarefa

“Toda a capacidade (do navio) pode ser empregada de acordo com a necessidade. São cerca de mil homens e mulheres envolvidos nas ações”, disse. “A Marinha está integrada à força-tarefa nacional”, afirmou Góes. Segundo Márcio França, o atendimento médico-hospitalar pode ser feito tanto no interior do navio como em tendas montadas em terra, dependendo da necessidade.

Perguntado sobre a suposta falta de alertas necessários para que a população deixasse as áreas de risco antes das chuvas, o ministro da Integração afirmou que a descontinuidade de políticas públicas após o governo Dilma Rousseff na área de prevenção a desastres prejudicou os trabalhos nesse sentido.

Segundo ele, há 14 mil pontos em várias regiões do Brasil com alto risco de queda de encostas e desastres. “Isso não se resolve do dia para a noite. Mas é necessário uma política pública. Como houve paralisação (dos investimentos), agora tem a retomada”, afirmou. De acordo com ele, essa retomada está “numa articulação com a comunidade local”. 

Planos de governo

Lula recriou o Ministério das Cidades (comandado por Jader Filho) e dotou a pasta de 10 bilhões de reais. Segundo Góes, o governo pretende fazer 2 milhões de casas. “Mas temos 4 milhões de pessoas vivendo só nessas áreas (de risco).” O ministro da Integração acrescentou que retomar o PAC Encosta – direcionado às áreas de risco – é fundamental. “O PAC encostas tem a finalidade de fazer intervenções em áreas de trisco, “uma vez que não dá pra tirar as pessoas de lá.”

Reuniões entre governo federal, prefeitura e governo do Estado deverão definir locais para se construir conjuntos habitacionais para as pessoas em situação de risco, desalojadas ou que perderam suas casas. O prefeito de São Sebastião, Felipe Augusto (PSDB), afirmou que nas localidades de Vila Sahy, Maresias e Topolândia há terrenos que, somados, podem abrigar um total de 580 moradias.