ajuda emergencial

Governo libera FGTS e antecipa Bolsa Família para vítimas no Litoral Norte de São Paulo

Beneficiários do Bolsa Família que não sacaram os valores de fevereiro podem fazê-lo a partir de hoje. Em março, região atingida terá saque unificado no dia 20

Rovena Rosa/Agência Brasil
Rovena Rosa/Agência Brasil
Trabalhadores poderão sacar até 6.220,00 do FGTS para arcar com necessidades urgentes em função do desastre

São Paulo – Moradores de Bertioga, Caraguatatuba, Guarujá, Ilha Bela, São Sebastião e Ubatuba, no Litoral Norte paulista, poderão fazer o “saque calamidade” do FGTS nos próximos dias. O banco aguarda o envio dos últimos documentos dos seis municípios que estão em estado de calamidade para habilitar o serviço. O pedido de saque será feito através do aplicativo do FGTS. Trabalhadores com saldo em conta poderão sacar até 6.220,00.

“Essas famílias desabrigadas têm direito a levantamento de FGTS, Basta que sejam moradoras das regiões que foram afetadas”, disse a ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, nesta segunda-feira (20), em visita à região afetada pelas chuvas neste fim de semana. “Uma vez decretada calamidade pública, reconhecida pelo governo federal, todos os recursos necessários estão disponíveis”.

Do mesmo modo, o ministro do Desenvolvimento Social, Wellington Dias, disse que o pagamento do Bolsa Família para famílias atingidas pelas chuvas no litoral paulista será unificado para o dia 20 de março. O calendário original previa que o pagamento fosse realizado entre os dias 20 e 31 de março, de forma escalonada, com base no Número de Identificação Social (NIS) do beneficiário. Agora, nos seis municípios atingidos, as famílias poderão sacar o benefício logo no primeiro dia.

“Para facilitar para as famílias, o pagamento de março será unificado, feito no dia 20 para todas as famílias dos municípios atingidos e com decreto de emergência e calamidade”, disse o ministro. Além disso, beneficiários que não sacaram os valores de fevereiro já podem retirá-lo nesta terça-feira (21).

Ação conjunta

Ontem, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) esteve em São Sebastião para coordenar uma ação conjunta dos ministérios em auxílio ao governo de São Paulo e aos municípios mais atingidos. Numa das frentes, esforços de busca e salvamento de vítimas em função de alagamentos e deslizamentos. Por outro lado, o governo também enviou pessoal e maquinário para recuperação de vias e rodovias, além de equipes médicas e suprimentos para famílias atingidas.

O Ministério de Portos e Aeroportos destinou R$ 2 milhões da autoridade Portuária de Santos para doação de mantimentos para as vítimas no litoral norte. A pasta também organizou a coleta de mantimentos e outros itens. Um navio patrulha da Marinha desembarcou nesta terça, em São Sebastião, com 40 toneladas de suprimento. O carregamento inclui alimentos não perecíveis, água e material de higiene para as vítimas das fortes chuvas deste final de semana.

De lá, os mantimentos foram levados para os bairros mais críticos: Vila do Sahy, Toque-Toque Pequeno e locais ainda isolados. Nos próximos dias, mais dois navios anfíbios devem levar mantimentos e resgatar pessoas que possam estar presas em pontos isolados. Até o momento, foi confirmada a morte de 44 pessoas pelo governo paulista e 49 estão desaparecidas.

Energia e comunicação

Da mesma forma, o Ministério de Minas e Energia, em conjunto com a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), acompanha os esforços das concessionárias no restabelecimento do fornecimento de energia nas áreas impactadas. Em algumas localidades, o restabelecimento já foi realizado. Em outras, as empresas não conseguiram atuar, em razão de dificuldades de acesso aos locais ou por questões de segurança.

Nesta terça, o Ministério das Comunicações deve entregar quatro antenas transportáveis para auxílio de comunicação via satélite na região. Dois engenheiros da pasta darão suporte e farão o treinamento das equipes. Outras seis devem chegar nos próximos dias.

Ao mesmo tempo, o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação faz o monitoramento contínuo das condições geo-hidrometeorológicas no litoral norte. Com base nessas informações, o Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden) cuida de emitir alertas sobre novos períodos críticos.