Direto de Brasília – A militância do PT atendeu ao chamado do partido em compareceu em peso à convenção nacional que oficializou a candidatura de Dilma Rousseff à Presidência da República. Segundo Jorge Coelho, secretário de mobilização do partido, quase duas mil pessoas estiveram no local, e todos os estados do país estavam representados.

Os militantes agitaram bandeiras, cantaram palavras de ordem e o jingle da pré-campanha, apresentado lá. Dilma foi recepcionada aos gritos de “olê olá Dilma Dilma”.

Entretanto, a marca da militância petista nessa convenção foi feminina. Uma larga presença de mulheres foi coroada pela animação de cerca de 400 feministas petistas, que passaram os últimos dois dias discutindo uma proposta de programa de governo de política para as mulheres, que querem ver encampada pela candidata. “Atingimos outro patamar, nas políticas para as mulheres, com o Governo Lula, e podemos avançar ainda mais, porque o alicerce está dado”, apontou Nilceia Freire, ministra da Secretaria de Políticas para as Mulheres.

O mote do evento era “Uma celebração à mulher brasileira”, e a decoração do espaço foi fiel à proposta. Havia fotos de mulheres como Anita Garibaldi e Pagu no salão e no palco. Foram exibidos vídeos em homenagem às mulheres, destacando a sua presença na história do Brasil e sua capacidade de luta.

Para representar esse acúmulo na mesa da convenção, foram escolhidas nove mulheres de diversos estados e áreas de atuação, mas todas com destacada liderança. Maria da Penha, que lutou contra a violência doméstica e dá nome à lei que combate a violência contra as mulheres era uma delas. Outra, que não pôde estar presente por razões de saúde, foi a economista Maria da Conceição Tavares. Ela enviou uma carta a Dilma, a quem revelou sua felicidade por ver a ex-aluna candidata a presidenta. “Que as mulheres e jovens saibam que podem contar com você, porque a luta deles e delas é a sua”, escreveu. Foi muito aplaudida pelas mulheres no plenário.

A presença das militantes foi tão potente que foram capazes de vetar um dos jingles, que tratava sua candidata como “coroa”: “É desrespeitoso, ela não é coroa, é uma mulher que vai fazer muito pelo Brasil e pela vida das mulheres”, justificou uma das militantes.

Para Nilceia Freire, as mulheres foram as grandes protagonistas da festa. O fato de o partido apresentar uma mulher como candidata favorece esse destaque, mas, segundo ela, esse papel está além disso. “É o reconhecimento da contribuição que as mulheres sempre deram à economia brasileira e ao longo de nossa história política e social”, considerou. “Foi muito bonito homenagearmos aqui heroínas que não são frequentemente encontradas nos livros de história”.

Embora não tenha se referido, em seu discurso, às políticas para as mulheres, Dilma afirmou que as mulheres devem se propor a assumir os espaços de poder: “Hoje, os operários sabem que eles, seus filhos e netos podem ser presidentes. Quero que as meninas saibam que elas podem também”, disse, finalizando.