Moraes dá 48 horas para Bolsonaro explicar ida à embaixada da Hungria
O jornal ‘The New York Times’ noticiou com imagens hospedagem do ex-presidente no feriado de carnaval. Embaixada confirmou ao Ministério das Relações Exteriores que recebeu Bolsonaro
Publicado 26/03/2024 - 09h28
São Paulo – O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes deu ontem (25) prazo de 48 horas para que o ex-presidente Jair Bolsonaro explique sua ida à embaixada da Hungria, em Brasília, entre 12 e 14 de fevereiro, quando teve o passaporte apreendido pela Polícia Federal (PF). O passaporte foi apreendido durante a Operação Véritas, que apurava tentativa de golpe de Estado. Ontem, o jornal The New York Times noticiou com imagens que o ex-presidente brasileiro e seus guarda-costas foram vistos na missão diplomática húngara.
Na prática, pelo Direito internacional, como embaixadas são áreas invioláveis, Bolsonaro só poderia ser alcançado por agentes brasileiros, em caso de uma nova operação, com o consentimento do governo húngaro. Bolsonaro é próximo política e ideologicamente do primeiro-ministro da Hungria, Viktor Orbán, político de extrema direita. Durante seu mandato, Bolsonaro chegou a chamar Orbán de “irmão”.
O embaixador da Hungria, Miklós Halmai, foi chamado ao Itamaraty para dar esclarecimentos a respeito da hospedagem de Bolsonaro no local. A assessoria do Ministério das Relações Exteriores confirmou que ele recebido pela secretária de Europa e América do Norte, a embaixadora Maria Luísa Escorel.
O que dizem a defesa e o próprio Bolsonaro
Após a publicação da reportagem no NYT, a defesa do ex-presidente admitiu a estadia de Bolsonaro entre os húngaros.
No comunicado divulgado à imprensa, os advogados do ex-presidente disseram que ele “passou dois dias hospedado na embaixada da Hungria em Brasília para manter contatos com autoridades do país amigo” e que, no período, o ex-presidente “conversou com diversas autoridades húngaras “atualizando os cenários políticos das duas nações”.
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“Não vou negar que estive na embaixada, sim. Não direi onde mais estive. Sou amigo de chefes de alguns Estados, eles estão preocupados. Converso com eles sobre assuntos de interesse do nosso país”, afirmou Bolsonaro ao portal de notícias brasileiro Metrópoles, mais cedo.
Com agências