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Alexandre de Moraes atende PGR e mantém Anderson Torres preso

Ex-ministro está preso desde 14 de janeiro, quando voltou de viagem aos EUA na qual, segundo suspeitas, teria se encontrado com Jair Bolsonaro

Marcos Corrêa/PR
Marcos Corrêa/PR
Minuta de um decreto golpista foi encontrada na casa de Anderson Torres

São Paulo – A situação de Anderson Torres, fiel ex-ministro da Justiça de Jair Bolsonaro preso desde 14 de janeiro, fica cada vez mais difícil. O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), decidiu nesta quarta-feira (1º) manter a prisão preventiva do ex-secretário de Segurança Pública do Distrito Federal no governo de Ibaneis Rocha. Torres ocupou o cargo brevemente, após o fim de era Bolsonaro e antes dos ataques de 8 de janeiro. Por decisão de Moraes, Ibaneis está afastado do governo.

A decisão do ministro do STF atende a parecer da Procuradoria-Geral da República, contrariando a defesa de Torres, que pediu a revogação da prisão. A posição da PGR e a decisão de Moraes seguem a mesma opinião: para proteger o processo, Anderson Torres deve seguir preso .

Ele está preso desde 14 de janeiro, quando voltou dos de viagem aos Estados Unidos na qual, segundo suspeitas, teria se encontrado com Bolsonaro. Na ocasião o ex-presidente estava em Orlando, na Florida, para onde Torres viajou.

“Possível organização criminosa”

“Os fatos demonstram uma possível organização criminosa, que tinha como fim desestabilizar as instituições republicanas. Principalmente as que pudessem se contrapor a atos ilegais ou inconstitucionais, como o Congresso e o Supremo”, diz Moraes. Em seu despacho, ele aponta além disso “omissão e conivência” de Torres e “diversas autoridades da área de segurança” no dia dos ataques.

Por outro lado, a PGR frisou em seu parecer que a minuta de um decreto golpista, encontrada na casa de Anderson Torres pela Polícia Federal, estava “muito bem guardada”, ao contrário do que o investigado tentou argumentar, ao alegar que o documento seria jogado fora. Segundo a PGR, a minuta estava “em uma pasta do Governo Federal e junto a outros itens de especial singularidade, como fotos de família e imagem religiosa”, conforme escreveu o subprocurador-geral da República Carlos Frederico Santos.

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