Protesto

Militantes do PT saem da Papuda e acampam em frente ao STF

Grupo recebe apoio de entidades, realiza passeata e divulga carta pública pedindo para que Dirceu e Delúbio passem a cumprir o semiaberto e Genoino permaneça em regime domiciliar

Pedro Ladeira/Folhapress

Militantes mudam acampamento para próximo à sede do STF

Brasília – Depois de permancer 11 dias em frente ao Complexo Penitenciário da Papuda, um grupo formado por cerca de 20 militantes petistas se transferiu, nesta quarta-feira (26), para um local próximo ao gramado do Supremo Tribunal Federal (STF). Acampados em barracas, de frente para o tribunal, eles pretendem intensificar ali a mobilização a que deram início assim que o ex-ministro José Dirceu, o deputado José Genoino e o ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares chegaram ao presídio.

O objetivo é protestar até que os apenados passem a exercer o direito de trabalhar e de cumprir a pena em regime semiaberto. No caso de Genoino, pedem que permaneça em sistema hospitalar ou domiciliar. Com o reforço de pessoas de outros estados que passaram o último final de semana em Brasília, o grupo recebeu a companhia de outros militantes e de entidades diversas, numa passeata que os conduziu da Esplanada dos Ministérios até a Praça dos Três Poderes.

Assinaram um manifesto intitulado “Trincheira da Resistência” entidades como a Central de Movimento Populares (CMP), Central Única dos Trabalhadores (CUT), Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra (MST), Movimento de Pequenos Agricultores (MPA), PT do Distrito Federal, entre outras organizações.

“Mesmo distantes, lá em Unaí (onde fica o presídio da Papuda), fazíamos tudo para nos revesar e visitá-los, passar um tempo apoiando esse acampamento. Precisamos conscientizar a população e mostrar que ao tentar fazer justiça o STF não termine por cometer uma grande injustiça”, afirmou a estudante de jornalismo Cintia Soares, que participou da passeata.

O médico Jair Albuquerque comentou a situação de José Genoino, que está em prisão domiciliar na casa da filha, em Brasília. Poucas horas atrás, o resultado de perícia realizada no deputado por uma junta médica solicitada pelo presidente do STF desconsiderou todos os laudos anteriores e atestou que a prisão domiciliar não seria “imprescindível” para o paciente. “O objetivo inicial do protesto foi trabalhar para evitar que ocorresse o pior com Genoino, que está gravemente doente. E agora vem esse laudo contradizendo todos os anteriores, não dá para entender”, ressaltou.

Os signatários do documento que não exigem nada além do cumprimento da lei, que assegura o direito dos presos na AP-470 ao regime semiaberto “de prosseguir trabalhando, estudando e produzindo para a sociedade”.

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