Lupi define volta ao comando do PDT e provoca reação no partido

Lupi virou alvo de críticas de lideranças como o deputado Brizola Neto (RJ), cotado para presidir o partido (Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil) São Paulo – O ex-ministro do Trabalho […]

Lupi virou alvo de críticas de lideranças como o deputado Brizola Neto (RJ), cotado para presidir o partido (Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil)

São Paulo – O ex-ministro do Trabalho e Emprego pavimentou o caminho para voltar a presidir o PDT, posto do qual se afastou quando era titular do primeiro escalão do governo da presidenta Dilma Rousseff. O acerto foi promovido nesta segunda-feira (9), em reunião convocada na semana passada com a presença de líderes do partido. A forma como a ação se deu, porém, provocou críticas por parte de pedetistas.

A reunião da executiva nacional do PDT foi convocada, segundo o deputado federal Brizola Neto (RJ) para “tinha como pauta as eleições municipais”. No entanto, o objetivo foi garantir a volta ao cargo.

Lupi assumiu o ministério em 2007, no ano seguinte, por recomendação da Comissão de Ética da Presidência da República, licenciou-se da presidência do PDT. Em 2008, ele foi reeleito ao cargo, apesar de mantida a licença. Ao deixar o ministério, em dezembro de 2010, ficou acertado que a volta ao comando do partido seria definido em 30 de janeiro.

Um protesto do Movimento de Resistência Leonel Brizola reuniu 60 pessoas em frente ao prédio da Fundação Alberto Pasqualini, no centro do Rio. O presidente em exercício é o deputado federal André Figueiredo (PDT-CE).

Em nota à imprensa, Brizola Neto faz críticas a Lupi. Ele saúda a decisão de deixar o ministério, porque, apesar de “muito daquilo de que o acusavam se mostrou falso ou insignificante”, houve “constrangimentos verdadeiros”. Ele afirma que, ao descobrir, a caminho da reunião, que o objetivo do encontro da executiva era reconduzir Lupi à presidência do PDT, desisitiu de comparecer.

“Desde o início, jamais me associei às acusações de ordem moral a Carlos Lupi na gestão do Ministério”, excusou-se. “Minhas divergências com ele eram de outra ordem: a forma autoritária, personalista, monocrática e antidemocrática com que ele conduz o PDT. E o que fez hoje só mostra como isto está acontecendo.”

Brizola Neto afirma que ele promoveu uma “trégua” às críticas em função dos ataques promovidos pela mídia contra Lupi, mas considera que o ex-ministro “rompeu” os termos do acordo “movido pela sua ansiedade incontrolável de enfeixar em suas mãos o controle absoluto do partido, que, por definição,deve ser democrático e aberto”.

O deputado era um dos principais nomes cotados para assumir a presidência do PDT. Por causa das críticas e dessa perspectiva, ele chegou a ser apontado como parte do partido interessada no desgaste de Lupi, durante a escalada de denúncias publicadas pela velha mídia. Brizola Neto rechaçou a possibilidade.

Lupi declarou, em entrevista ao Último Segundo, que há divergência apenas no Rio de Janeiro, onde há “um grupo aqui que faz oposição desde a época do Brizola”. Ele disse que as divergências de opinião são “parte da vida política”.

Sobre a eventual reforma ministerial promovida por Dilma, Lupi afirmou que o PDT irá manter o apoio ao governo de Dilma Rousseff independentemente de manter ou não a indicação de ministros. Desde a saída dele do cargo de ministro do Trabalho, o partido não possui nenhum representante no primeiro escalão.