Lupi é reeleito no PDT, não garante adesão imediata em 2014 e isola Brizola Neto

Em uma semana, dirigente recuperou poder no governo, com indicação de novo ministro do Trabalho, e reforçou comando interno

Lupi (esquerda), no comando do PDT desde 2004, emplacou o aliado Manoel Dias no lugar do desafeto Brizola Neto à frente do MTE (Foto: André Borges/Folhapress)

São Paulo – O presidente nacional do PDT, Carlos Lupi, foi reeleito na convenção realizada hoje (22) em Luziânia, município goiano a 60 quilômetros de Brasília. A única chapa concorrente, comandada pelo ex-governador gaúcho Alceu Collares, foi impugnada por não ter número suficiente de apoios. Nas primeiras declarações, Lupi não garantiu adesão imediata ao governo em 2014, afirmando que o apoio será dado a quem representar as conquistas trabalhistas.

O evento tornou-se uma aclamação ao líder pedetista. Militantes gritavam “Lupi, eu te amo”, referência a frase que se tornou célebre (“Dilma, eu te amo”) pouco antes de o então ministro do Trabalho e Emprego perder o cargo, em 2011. Pouco mais de um ano após a demissão, Lupi recuperou prestígio inclusive dentro do governo, com a derrubada de Brizola Neto e a nomeação de seu aliado Manoel Dias para o MTE.

Lupi, que ficará mais dois anos à frente da legenda, comanda o PDT desde a morte de Leonel Brizola, em 2004. O ex-governador do Rio Grande do Sul e do Rio de Janeiro mantém-se como a grande referência do partido: a chapa 1, de Lupi, chamava-se “Brizola Vive, Brizola Sempre” e a 2, impugnada, era “Volta às Origens, Brizola Sempre”. Mas o neto, que caiu do ministério na semana passada e tentou sem sucesso impugnar a convenção, perdeu também seu posto na executiva. As vice-presidências serão ocupadas pelo deputado Vieira da Cunha (RS), a socióloga Miguelina Vecchio, também gaúcha, e o líder do partido na Câmara, André Figueiredo (CE). Agora no MTE, Manoel Dias continuará na Secretaria Geral.