Lupi atribui a assessor responsabilidade sobre uso de jatinho de ONG

Ministro do Trabalho presta esclarecimentos ao Senado (Foto: Geraldo Magela/Agência Senado) Brasília – O ministro do Trabalho e Emprego, Carlos Lupi, negou nesta quinta-feira (17), em audiência pública na Comissão […]

Ministro do Trabalho presta esclarecimentos ao Senado (Foto: Geraldo Magela/Agência Senado)

Brasília – O ministro do Trabalho e Emprego, Carlos Lupi, negou nesta quinta-feira (17), em audiência pública na Comissão de Assuntos Sociais do Senado sobre as denúncias de irregularidades na sua gestão, que tivesse conhecimento de que o avião em que viajou ao Maranhão, em 2009, fosse pago por Adair Meira, diretor de organizações não governamentais que possuem contratos com o ministério. “Quantos deputados e ministros, em seu trabalho, usam carros e helicópteros de quem não conhecem? Não tenho como organizar isso. Meu erro foi não checar com a apuração que devia ter feito.”

Ele afirmou ainda que “quem foi acusado de pagar a aeronave (Adair Meira) diz que não pagou”.
“Quem tem de explicar o pagamento da aeronave não sou eu. Compete ao Ezequiel (Nascimento, ex-secretário do ministério) e à companhia aérea dizer. Eu não sei”, disse o ministro.

Ao argumentar que suas declarações à Câmara dos Deputados, na semana passada, foram distorcidas pela imprensa, “tiradas de seu contexto”, ele falou que é preciso conferir as notas taquigráficas do depoimento. “Eu disse (na Câmara) que não tenho nenhuma relação pessoal com Adair Meira. Não sou amigo dele. Já devo tê-lo encontrado. Mas não disse que não o conheço. É diferente”, afirmou o ministro.

Lupi argumentou que, se esqueceu o nome de Adair Meira foi porque estava “sob pressão, respondendo entre 10 e 12 perguntas de uma só vez”. Ele afirmou que a instituição dirigida por Adair Meira “é muito séria e está entre as que fazem os melhores trabalhos com o ministério”. Lupi insistiu em dizer que não sabia do que estava sendo acusado.

Diante das declarações de Lupi, o líder do PSDB, o paranaense Álvaro Dias, partiu ao ataque, dizendo que o “ministro perdeu a autoridade política e moral para permanecer no cargo”. Dias e quatro senadores governistas assinaram o requerimento para Carlos Lupi falar no Senado sobre as irregularidades. Os convites para a ida do ministro foram aprovados na comissão na quarta-feira (16), com o voto de senadores governistas.

Colegas

Integrante do mesmo partido do ministro do Trabalho, o senador Pedro Taques (PDT-MT) afirmou que  Lupi deveria se afastar da pasta. “Politicamente, nós do PDT não temos mais condições de exercer o ministério”, declarou o senador. Ele observou que a presunção de inocência é direito fundamental, mas observou que o aspecto político do problema tem um tempo diferente do aspecto jurídico.

O senador Acir Gurgacz (RO), também do PDT, elogiou o trabalho de Lupi e manifestou seu apoio ao ministro. “Sabemos de sua lisura e vontade de trabalhar” declarou Acir Gurgacz.

Pouco antes, a senadora Marinor Brito (PSOL-PA) declarou que a presidenta Dilma vem se “desmoralizando” perante a opinião pública com a sequência de escândalos de corrupção em seu ministério “e com a sequência de defesas que ela faz dos acusados, logo seguida pela saída desses ministros”.

Tanto Marinor Brito quanto o senador Demóstenes Torres (DEM-GO) questionaram Lupi sobre o recebimento de diárias do ministério quando fez viagens com fins partidários. Os dois senadores ressaltaram que, em caso positivo, o ministro terá de devolver essas diárias. Lupi respondeu que, se houve irregularidades, haverá a devolução.

Com informações da Agência Senado