Eleições 2022

Lula subiu 17 pontos percentuais na média das pesquisas em 2021, e Bolsonaro caiu cinco

Já os outros candidatos de oposição a Bolsonaro, somados, caíram “mais ou menos o mesmo número de pontos do crescimento de Lula”, segundo analista

Ricardo Stuckert
Ricardo Stuckert
De março a novembro o ex-presidente ganhou votos dos candidatos da chamada terceira via e os manteve

São Paulo – Ao estudar a média das pesquisas de intenção de voto divulgadas de março a novembro, o analista Alberto Carlos Almeida constata que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi de 23% de votos para 40% em julho, percentual que mantém em novembro após ter atingido o pico de 43% em setembro. Bolsonaro, que tinha 31% há oito meses, na média de novembro caiu para 26%. A soma dos outros candidatos de oposição a Bolsonaro “caiu mais ou menos o mesmo número de pontos do crescimento de Lula”, de 39% para 21%, de acordo com a análise.

A maior parte do encolhimento dos “outros candidatos”, segundo Almeida, se explica pelo fato de eleitores decidirem votar em Lula na medida em que souberam que ele poderia ser candidato. Março de 2021, quando começa a análise, é o mês em que o ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal, anulou as condenações de Lula. “Isto indica que Lula é visto por estes eleitores – os que migraram para ele no período – como sendo o que melhor representa a mudança em relação a Bolsonaro”, avalia o analista.

Intenção de voto em primeiro turno 2021 – média de todas as pesquisas
públicas/Alberto Carlos Almeida/Brasilis

Em resumo, afirma, de março a novembro o ex-presidente Lula ganhou votos dos candidatos da chamada terceira via e os manteve, segundo as pesquisas. “A dúvida é o que irão fazer os candidatos da terceira via para trazer de volta estes quase 20 pontos percentuais de votos, ainda mais se Alckmin se tornar o vice de Lula”, pondera Almeida.

Avaliação do governo: ‘Lenta piora’

A queda média de Bolsonaro de 31% para 26% em novembro pode ser um “soluço”. Uma avaliação mais conclusiva só poderá ser feita em dezembro, de acordo com a análise. Segundo o analista a média das pesquisas públicas para a avaliação do governo de Jair Bolsonaro indica uma lenta piora de maio a novembro: foi de 48% de ruim/péssimo para 55% no período. Já a avaliação positiva (ótimo/bom) levou cinco meses para perder quatro pontos percentuais, de maio a outubro (de 29% para 25%), mas apenas um mês para cair três pontos, para 22%. No período, a média da avaliação regular apenas oscilou, de 22% para 20%.

Segundo o analista, a avaliação de governo costuma variar pouco no curto prazo, considerado como um período de três meses. “Para que a avaliação de governo varie rapidamente é preciso que aconteça um ‘fato político’ externo à opinião pública”, diz Almeida. “Exemplos de tais fatos são a concessão do Auxílio Emergencial, escândalos de corrupção, o aumento da inflação de alimentos ou protestos”, explica.

Pesquisas utilizadas na análise: março: Atlas, CNN/Big Data, XP/Ipespe, Exame/Ideia, PoderData; abril: PoderData; maio: Paraná, XP/Ipespe, Atlas, PoderData, Datafolha; junho: XP/Ipespe, Paraná, IPEC, PoderData; julho: CNT/MDA, G/Quaest, PoderData, XP/Ipespe, Datafolha, Orbis/JovemPan, Futura/Modalmais, Paraná, Atlas; agosto: G/Quaest (2), PoderData, XP/Ipespe,Futura/Modalmais; setembro: Atlas, Datafolha, Ipespe, IPEC, PoderData; outubro: G/Quaest, Futura/Modalmais, PoderData, Ipespe; novembro: Vox Populi, G/Quaest, Ideia/Exame, Ponteio, Paraná Pesquisas, Futura/Modalmais, PoderData e Ipespe.

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