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Lula e a mídia: ‘É inaceitável que o Brasil seja transformado em refém de um criminoso’

Ex-presidente critica tratamento de herói dado a doleiro que é réu em vários processos criminosos, negocia depoimentos e já enganou a Justiça. E pede responsabilidade e seriedade

Ricardo Stuckert/Instituto Lula

‘Se prestam a difamar lideranças que a oposição não conseguiu derrotar nas urnas e teme enfrentar no futuro’

São Paulo – Nesta terça-feira (12), um dia depois de ser citado pelo doleiro Alberto Youssef na CPI da Petrobras, o ex-presidente Lula publicou, em sua página do Facebook, uma nota em que faz fortes críticas ao fato de o país ter se tornado, segundo ele, “refém” de um criminoso “notório e reincidente”.

“É inaceitável que uma grande democracia como o Brasil, com 200 milhões de habitantes, uma das maiores economias do mundo, seja transformada em refém de um criminoso notório e reincidente, de um réu que negocia depoimentos – e garante para si um percentual na recuperação do dinheiro que ajudou a roubar”, escreveu.

Em sua nota, o ex-presidente rebateu o doleiro colocando em xeque toda a credibilidade de suas informações, tendo em vista o próprio histórico de Youssef com delações. No caso Banestado, ele fez acordo de delação sob condição de não voltar ao crime, não tendo cumprido o combinado. “É inacreditável que um bandido com oito condenações, que já enganou a Justiça num acordo anterior de delação premiada, tenha palco para atacar e caluniar, sem nenhuma prova, algumas das principais lideranças políticas do país, legitimadas democraticamente pelo voto popular”, completou Lula.

No final, o ex-presidente ainda fala, indiretamente, que concorrerá as eleições de 2018. “Se prestam a difamar lideranças que a oposição não conseguiu derrotar nas urnas e teme enfrentar no futuro”.

Confira a íntegra da nota:

É inaceitável que uma grande democracia como o Brasil, com 200 milhões de habitantes, uma das maiores economias do mundo, seja transformada em refém de um criminoso notório e reincidente, de um réu que negocia depoimentos – e garante para si um percentual na recuperação do dinheiro que ajudou a roubar.

É inacreditável que um bandido com oito condenações, que já enganou a Justiça num acordo anterior de delação premiada, tenha palco para atacar e caluniar, sem nenhuma prova, algumas das principais lideranças políticas do país, legitimadas democraticamente pelo voto popular. Que se dê crédito a criminosos para apontar quem é e quem não é honesto neste País.

É uma pena que parte da imprensa brasileira venha tratando bandidos como heróis, quando tais pessoas se prestam a acusar, sem provas, os alvos escolhidos pela oposição; quando se prestam a difamar lideranças que a oposição não conseguiu derrotar nas urnas e teme enfrentar no futuro.

O Brasil merece ser tratado com mais responsabilidade e seriedade.

Assessoria de Imprensa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva