No devido lugar

Lula reafirma que Forças Armadas têm ‘papel definido na Constituição’ e mantém ministro da Defesa. ‘Múcio fica’

Presidente diz que espera “a poeira baixar” para tomar decisões sobre conivência da segurança do Palácio do Planalto com ataques de domingo

Antonio Cruz e Marcelo Camargo/Agência Brasil
Antonio Cruz e Marcelo Camargo/Agência Brasil
Presidente disse que confia no ministro da Defesa

São Paulo – “Quem coloca ministro e tira ministro é o presidente da República”, afirmou nesta quinta-feira (12) o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, para assegurar que José Múcio Monteiro (Defesa) será mantido no cargo. “Ele vai continuar sendo meu ministro porque eu confio nele, relação histórica, tenho o mais profundo respeito por ele”, disse Lula durante conversa com alguns jornalistas, pela manhã, no Palácio do Planalto.

De perfil moderado, o que levou a questionamentos ainda no período de formação do ministério, Múcio passou a ser mais pressionado depois dos episódios do último domingo (8), quando bolsonaristas invadiram e depredaram prédios públicos em Brasília. Se antes da posse o então futuro ministro chegou a afirmar que os acampamentos eram “demonstração de democracia”, após os ataques ele mudou o discurso. Afirmou que era hora “de juntar os responsáveis para combater os irresponsáveis”. E, com isso, criar condições de estabilidade para o presidente governar.

‘Teve muito agente conivente’

Ao mesmo tempo, Lula revelou desconfianças sobre os episódios do domingo e disse estar esperando “a poeira baixar”. Ele afirmou que pretende ver todos os vídeos de segurança. “Teve muito agente conivente. Teve muita gente da PM conivente. Muita gente das Forças Armadas aqui de dentro conivente. Eu estou convencido que a porta do Palácio do Planalto foi aberta para essa gente entrar porque não tem porta quebrada. Ou seja, alguém facilitou a entrada deles aqui.”

O presidente disse que os ministros já sabem que o Palácio do Planalto não pode ter “suspeito de ser bolsonarista raiz”, mas tampouco ser ocupado apenas por petistas. “Eu quero saber se a pessoa tem qualidade, se a pessoa tem uma função respeitada, se a pessoa é trabalhadora. (…) Se o cara votou no Bolsonaro, é um direito dele votar, se o cara é um funcionário de carreira e ele presta o serviço dele com retidão, por que ele não pode ficar? (…) Eu quero fazer um governo de pessoas sérias, que trabalhem, que tenham compromisso com o país”, afirmou.

Militares nos acampamentos

Ao mesmo tempo, Lula quer conversar com os chefes militares sobre os acampamentos. Ele considera que não eram democráticos porque seus integrantes, agora dispersos, defendiam um golpe de Estado. Além disso, havia familiares de militares participando de algumas concentrações antidemocráticas. O presidente aproveitou para afirmar que as Forças Armadas não são “poder moderador”, como muitos – incluindo os próprios militares – acreditam ser.

“As Forças Armadas têm um papel na Constituição, que é a defesa do povo brasileiro e da nossa soberania contra possíveis inimigos externos”, disse Lula. “É isso que é o papel das Forças Armadas e está definido na nossa Constituição Federal. É isso que eu quero que eles façam bem feito. Por isso que eu defendo que eles estejam bem treinados, bem armados.”

Com informações dos portais g1 e UOL

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