Assinou o recibo

Lula exalta atos pela democracia. Dos presidenciáveis, só Bolsonaro se silencia nas redes

Momento de união de diferentes segmentos contra os recorrentes ataques de Bolsonaro ao sistema eleitoral também foi saudado pelos candidatos ao Palácio do Planalto Ciro Gomes e Simone Tebet

Agência Brasil
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Bolsonaro também é o único, entre os quatro principais candidatos à Presidência da República, que não endossou a Carta aos brasileiros

São Paulo – Entre os quatro principais candidatos que concorrem pelo Palácio do Planalto nas eleições deste ano, o presidente Jair Bolsonaro (PL) é o único presidenciável que, até a tarde desta quinta-feira (11), não havia se manifestado em suas redes sobre os atos em defesa da democracia brasileira. 

Ainda pela manhã, antes da leitura em todo o país da Carta às brasileiras e aos brasileiros em defesa do Estado democrático de Direito, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva saudou a iniciativa, organizada pela Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo (USP), destacando a defesa pelo Estado de direito sempre. “Defender a democracia é defender o direito a uma alimentação de qualidade, a um bom emprego, salário justo, acesso à saúde e educação. Aquilo que o povo brasileiro deveria ter. Nosso país é soberano e respeitado. Precisamos, juntos, recuperá-lo”, escreveu Lula. 

Líder nas pesquisas de intenção de voto, de diferentes institutos, o petista parabenizou ainda o Dia dos Estudantes, celebrado também nesta quinta. “Fui o primeiro da família a ter um diploma e sei a importância disso. Educação não é gasto, é o investimento mais barato que um país pode fazer. Por isso duplicamos o investimento na área, e vamos voltar a cuidar da juventude, para estudar e ter um futuro digno”, acrescentou o candidato.

Repercussões

O ex-governador Ciro Gomes (PDT) também usou suas redes para exaltar os atos em defesa da democracia como “um momento de união de diferentes segmentos contra os recorrentes ataques de Bolsonaro aos nossos direitos, ao sistema eleitoral e ao próprio regime democrático – que é a maior de todas as nossas conquistas. Este é um compromisso de todos nós”, ressaltou o candidato. 

Por sua vez, a senadora Simone Tebet, candidata do MDB, classificou ainda como “histórico” este dia 11 de agosto em que “a sociedade levanta sua voz em defesa da democracia”. “Tolerância, paz e respeito”, completou. 

Apesar das manifestações e da repercussão inclusive internacional, Bolsonaro usou o Twitter para falar dos preços dos combustíveis. O mandatário ainda ironizou como o “ato muito importante em prol do Brasil e de grande relevância para o povo brasileiro”, uma redução no preço do diesel que, durante três anos e quatro meses de seu governo, registrou sucessivas altas, de acordo com levantamento do Instituto de Estudos Estratégicos de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (Ineep), chegando perto de inviabilizar parcela importante da atividade econômica do país. 

Bolsonaro “passa recibo

Bolsonaro também é o único, entre os quatro principais candidatos à Presidência da República, que não endossou a Carta aos brasileiros, pelo contrário. Desde que o documento foi lançado, o presidente vem disparando críticas à reedição do manifesto de1977.

O documento lido hoje foi chamado de “cartinha” diversas vezes por Bolsonaro, no que foi avaliado como um “passar o recibo” pelo candidato de extrema direita, uma vez que a carta é considerada uma resposta às suas ameaças golpistas. 

Também até a tarde de hoje, mais de 950 mil assinaturas haviam aderido ao manifesto em defesa do sistema eleitoral e das instituições democráticas brasileiras. Uma contraposição a Bolsonaro que, desde que foi eleito, ataca, sem provas, as urnas eletrônicas e os ministros do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e do Supremo Tribunal Federal (STF). Em segundo nas pesquisas e com chance de perder ainda no primeiro turno, o atual presidente passou a subir o tom, repetindo ameaças e ataques infundados. 

“As entidades da sociedade civil e os cidadãos que subscrevem este ato destacam o papel do Judiciário brasileiro, em especial do Supremo Tribunal Federal, guardião último da Constituição, e do Tribunal Superior Eleitoral, que tem conduzido com plena segurança, eficiência e integridade nossas eleições respeitadas internacionalmente, e de todos os magistrados, reconhecendo o seu inestimável papel, ao longo de nossa história, como poder pacificador de desacordos e instância de proteção dos direitos fundamentais”, diz um trecho da carta. 

Confira imagens da cobertura colaborativa do 11 de agosto pelo Brasil

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Redação: Clara Assunção


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