Transição

Edinho defende recriar Ministério dos Esportes e taxar apostas e cigarros para educação e SUS

Coordenador do grupo de esportes do Gabinete de Transição, Edinho também defende “carimbar” arrecadação para sistemas públicos de educação e saúde

Divulgação
Divulgação

São Paulo – Um dos principais auxiliares do presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o prefeito de Araraquara (SP), Edinho Silva, afirmou nesta segunda-feira (21) que o novo governo deve recriar o Ministério dos Esportes. Edinho é coordenador do grupo de esportes do Gabinete de Transição, que conta com a participação de ex-atletas e especialistas em políticas públicas. Em 2019, o atual presidente, Jair Bolsonaro (PL), rebaixou o status do então ministério, incorporando-o ao da Cidadania.

“A princípio, o presidente Lula assumiu o compromisso de voltar com o Ministério dos Esportes. Então o ministério seria recriado. A princípio essa é a posição”, afirmou Edinho, em entrevista ao jornal O Globo, hoje. De acordo com o petista, a pasta não será recriada apenas se houver restrição orçamentária de última hora.

No entanto, Edinho afirmou que não há definição de nomes para ocupar o comando do ministério, que pode ser um nome ligado ao esporte, um mais político, ou ainda que combine esses dois fatores. Ele afirmou que a escolha ficará a cargo de Lula, que deve começar a montar a equipe ministerial ao longo desta semana.

“A prioridade desse momento é o diagnóstico. Apresentarmos ao presidente Lula uma radiografia efetiva do que está acontecendo com o esporte no Brasil hoje. E, claro, a partir daí, ele deve organizar as primeiras ações, inclusive, a escolha do titular da pasta”, disse Edinho.

Taxação de apostas

Ontem (20), em entrevista ao Canal Livre, da Band, Edinho defendeu taxar sites de apostas esportivas. Ele afirmou que valores arrecadados poderiam estar aplicados na educação, por exemplo. “Como que estamos falando de crianças fora de escola e talvez hoje a maior avalanche de apostas que o Brasil já viveu sendo feita fora do país sem nenhuma tributação?”, questionou. “Há estudos que dizem que só a regulamentação dos jogos geraria ao Brasil R$ 23 bilhões já primeiro ano. Com R$ 23 bilhões nós teríamos um programa de compensação educacional para essas crianças que ficaram fora da escola na pandemia. Eu defendo isso.”

Em 2018, sob o governo de Michel Temer (MDB), foi aprovado decreto que autorizava a operação das casas de aposta no País. No entanto, ainda não existe a regulamentação das atividades. A lei prevê que as empresas que atuam no Brasil devam ser sediadas em outros países, assim como a hospedagem dos domínios e que não pode haver ponto físico de jogo. 

“Você carimba esse dinheiro para educação e para infraestrutura educacional. Não é só remunerar o professor. É melhorar a merenda. Não adianta fazer o 5G chegar na escola pública se não tiver equipamento. Só internet circulando na escola sem equipamento não adianta nada”, disse o prefeito.

Na entrevista, Edinho defendeu também a criação de um “selo SUS” para o cigarro, e que o dinheiro recolhido pela taxação seja direcionado para a Saúde. “Tem uma fila de exames e cirurgias eletivas gerada pela pandemia. Por que não criamos o selo SUS no cigarro? Você tem um produto mais nocivo à saúde saúde pública do que o cigarro? Todo ano o cigarro gera doença cardiorrespiratória, que gera exame, cirurgia. Por que o cigarro não paga uma parte desse custo do SUS?”, questionou.


Leia também


Últimas notícias