Bancários voltaram a protestar contra o aumento do IPTU (Imposto Predial e Territorial Urbano) na tarde desta segunda-feira (14). O protesto ocorreu em frente ao gabinete do prefeito Gilberto Kassab (DEM), com a presença de parlamentares, movimentos sociais e sindicatos ligados à CUT.

“Somos um sindicato cidadão há mais de 20 anos. Nossos trabalhadores vivem nos bairros, pegam transporte público e são atendidos na estrutura de saúde e educação. Por isso, nossa briga é por reajuste de salário, mas também por uma vida melhor, por uma cidade melhor”, afirma Luiz Cláudio Marcolino, presidente do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região.

O dirigente sindical critica o aumento do IPTU que deve afetar a população nos próximos três anos. “Na véspera do Natal, a população recebe o aumento abusivo do IPTU de presente do prefeito. Um aumento que vai impactar a população de 2010 a 2012”, justifica.

Em entrevista à Rede Brasil Atual, Marcolino defendeu ações judiciais para barrar o aumento do IPTU. Segundo ele, uma das ações do sindicato é acompanhar o processo dos 13 vereadores da capital que chegaram a ser cassados por supostas doações ilegais de campanha, mas recorreram e voltaram à atuação parlamentar. “Os 13 vereadores sob ameaça de cassação votaram pelo aumento do IPTU. Se forem cassados, as ações deles têm de ser anuladas, como o IPTU”, esclarece.

Os vereadores Alfredinho e Juliana (PT-SP) participaram do ato e também criticaram o aumento do IPTU e a falta de investimento em obras de combate a enchentes.

Moradores de rua apoiaram a manifestação, com denúncias. “O prefeito está fechando albergues e tentando esconder a população de rua deibaixo do tapete, como se não existisse”, dizia um recado de um morador, lido ao final do protesto.

Papai Cruel

Uma sátira criada pelo Sindicato dos Bancários está percorrendo a capital paulista. Na encenação teatral o prefeito Gilberto Kassab é o personagem “Taxab” e é auxiliado por “Papai Cruel”. No saco de Papai Cruel, de presente, os paulistanos recebem o aumento do IPTU.

“Tivemos uma luta enorme para conseguir 6% de reajuste para a categoria. Agora, o aumento do IPTU é muito maior. O trabalhador sai perdendo”, adverte Marcolino.