Isolado no CE, Tasso Jereissati pede ‘renovação’ do PSDB após eleição

Jereissati alega que seus ex-aliados se articularam na campanha mais difícil que enfrentou (Foto: Dario Gabril/Divulgação) São Paulo – Para o senador e candidato a reeleição Tasso Jereissati (PSDB-CE), o […]

Jereissati alega que seus ex-aliados se articularam na campanha mais difícil que enfrentou (Foto: Dario Gabril/Divulgação)

São Paulo – Para o senador e candidato a reeleição Tasso Jereissati (PSDB-CE), o principal partido de oposição no país precisa fazer mudanças profundas caso se confirme a vitória de Dilma Roussef (PT) a Presidência da República. A avaliação foi feita em entrevista ao jornal Folha de S. Paulo nesta segunda-feira (20). Um dos icones políticos do PSDB, o senador admite que é difícil fazer oposição em função do bom momento econômico do país.

Isolado num Estado onde Dilma e o atual governador, Cid Gomes (PSB), deverão obter grandes índices nas urnas, o tucano retomou no interior o antigo jingle do “galeguinho dos zóio azul”. Ele afirma que antigos aliados voltaram-se contra ele neste ano em “um trabalho bem feito”. Segundo o candidato, todos os partidos ficaram de um lado só, com o objetivo claro de derrotar a força política que havia no estado do Ceará.

Apesar disso, Jereissati lidera pesquisas de intenção de voto (52% segundo o Datafolha) e faz críticas à “influência despudorada” do  presidente Luiz Inácio Lula da Silva nas campanhas. Ainda na entrevista, Tasso Jereissati disse que este pleito é o mais difícil ao qual já concorreu. “Tem um ponto que não se pode negar: fazer campanha de oposição quando a economia vai bem é difícil”, admitiu.

Ele afirmou que “a política acabou no Brasil” por causa do que chamou de “processo de cooptação” dos partidos por lideranças da situação. O cenário deve aumentar a base governista no Congresso Nacional. “Se o Senado não tiver oposição e resistência, a democracia e as instituições correm sério risco”, antecipou. Mesmo nos dois mandatos do presidente Lula, foi na Casa que houve mais problemas para o governo.
 
Para Jereissati, “o envolvimento pessoal do presidente é uma coisa que, com a força e o simbolismo do cargo, é muito importante para a população, principalmente a mais humilde”. Para ele, a participação de Lula deveria ser vedada pela legislação.
 
Em relação a campanha presidencial de José Serra, Jereissati acredita que se o seu candidato não conseguir a vitória, a oposição precisará se reestruturar. “Mas não só a oposição. Os partidos do governo também, porque formam uma massa disforme”, acusou. Para ele, falta unidade ideológica às lideranças que apoiam a coligação governista, interessadas, segundo o oposicionista, em disputas de cargos públicos.