corrupção

Haddad desmente ‘Folha’ sobre repasse de informações à Polícia Civil

Prefeito rebate: 'Como nós teríamos chegado ao sucesso da operação, sem a parceria com a Polícia Civil? É uma possibilidade ilógica'

São Paulo – O prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (PT), negou que a prefeitura tenha omitido informações à Polícia Civil sobre a Máfia do ISS, responsável por desviar até R$ 500 milhões dos cofres municipais, como informou o jornal Folha de S. Paulo na edição de hoje (22). Segundo a reportagem, a “polícia” estuda ir à Justiça para obter as informações e já teria aberto 12 inquéritos paralelos.

“Nós encaminhamos em parceria com o Ministério Público todo e qualquer indício de irregularidade. O que eu não posso mandar é um estudo preliminar sobre pessoas que sequer tinham sido investigadas”, disse Haddad.

Na reportagem, o delegado José Eduardo Jorge, titular da 2ª Delegacia de Crimes contra a Administração, afirma que a polícia pede informações à prefeitura há seis meses, desde que o procurador-geral do município, Mário Spinelli, disse em entrevista à revista Veja que havia servidores sendo investigados. Jorge chega a afirmar que teve a sensação de que “alguém queria omitir alguma coisa da Polícia Civil”.

Haddad disse ser um equívoco da reportagem tratar um delegado como se falasse por toda a Polícia Civil e rebateu a acusação. “Tudo foi feito com a participação do Ministério Público. Tudo foi feito com o conhecimento da Secretária de Segurança Pública”, disse.

O prefeito demonstrou insatisfação com a repercussão da investigação e disse que está sendo feito o “jogo do bandido”. “O que me chateia é que um trabalho tão bem feito e inédito em parceria da prefeitura e do Ministério Público seja maculado pela vaidade de uma pessoa. Em vez de a gente estar celebrando o combate à corrupção e o êxito das investigações, nós estamos levando para a sociedade uma questão menor”, disse.

“Como nós teríamos chegado ao sucesso da operação, sem a parceria com a Polícia Civil? É uma possibilidade ilógica”, afirmou.

Ao ser questionado se haveria uma tentativa de desvio proposital da investigação em função do envolvimento de policiais civis, Haddad afirmou haver um citado nas gravações, mas que isso não tem relação com as afirmações de Jorge.