Futuro de Palocci depende de avaliação de Dilma

São Paulo – Com decisão favorável ao ministro-chefe da Casa Civil, Antonio Palocci, a Procuradoria Geral da República definiu que não será aberta investigação sobre o aumento patrimonial do ministro. […]

São Paulo – Com decisão favorável ao ministro-chefe da Casa Civil, Antonio Palocci, a Procuradoria Geral da República definiu que não será aberta investigação sobre o aumento patrimonial do ministro. O governo tem agora um tempo maior para respirar e dispersar os ventos da crise do Palácio do Planalto. Isso não significa conforto para o governo, e a presidente Dilma Rousseff deve definir o futuro do ministro ainda nesta terça-feira (7), em reunião com Palocci.

Com o arquivamento do pedido de investigação sobre o aumento do patrimônio de Palocci, a questão é se o principal ministro do governo mantém condições políticas necessárias para continuar à frente da Casa Civil. Alguns nomes já foram especulados para uma possível sucessão de Palocci, porém, a continuidade do ministro depende do que será avaliado no encontro desta terça.

Segundo o secretário-geral da Presidência da República, ministro Gilberto Carvalho, um encontro de Dilma com seis senadores do PTB foi realizado no Palácio do Planalto. Palocci e Luiz Sérgio, ministro de Relações Institucionais, também participaram. “A permanência vai depender da avaliação dela (Dilma Rousseff). Ainda não conversamos sobre o assunto.”

Desde a última sexta-feira (3), após entrevistas sobre sua situação patrimonial, Palocci tem se mostrado agradecido a congressistas da base aliada que vêm dando apoio à sua continuidade como chefe de governo.

Ainda nesta terça-feira, o presidente da Câmara, deputado Marco Maia (PT-RS), deve decidir se anula ou mantém a convocação de Palocci na Comissão de Agricultura para explicar suas atividades. A votação, que decidiu pela convocação de Palocci, foi vista pelos governistas como uma manobra da oposição, e Maia já demonstrou que poderá cancelar a convocação.

Um acordo com a oposição vem sendo costurado pelo líder do governo, Cândido Vaccarezza (PT-SP), e do PMDB, Henrique Eduardo Alves (RN), para tornar a convocação em convite.

Divisão na base

Mesmo após as entrevistas de Palocci, petistas e membros da base aliada protagonizam desencontros nas posições sobre o ministro. Presidentes de diretórios estaduais PT, a Força Sindical – presidida pelo deputado federal Paulo Pereira da Silva, o Paulinho (PDT-SP) – e senadores fizeram declarações mostrando-se contrariados diante da permanência do ministro. Eles afirmam que Palocci precisa ainda esclarecer suspeitas.

Em entrevista ao Jornal do Brasil, o deputado estadual Edinho Silva (SP), presidente do PT de São Paulo, declarou que “falta unidade no partido”. Foi uma referência a declarações feitas por dirigentes do PT no Rio Grande do Sul, Raul Pont, e de Minas Gerais, Reginaldo Lopes, que defenderam o afastamento do ministro Palocci.

Nos últimos dois dias, cinco senadores de partidos da base aliada assinaram pedido de abertura de Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar a evolução patrimonial do ministro. Entre eles, estão dois senadores do PDT, Cristovam Buarque (DF) e Pedro Taques (MT); dois do PMDB, Roberto Requião (RS) e Jarbas Vasconcelos (PE); e uma do PP, a senadora Ana Amélia Lemos (RS).

Com informações da Reuters