exército de fake news

Frota é condenado por mentir sobre Jean Wyllys

Deputado federal eleito deverá pagar multa, além de ser obrigado a picotar papéis no fórum de Cotia. Ele espalhou mentiras contra parlamentar do Psol, a quem atribuiu uma frase sobre pedofilia

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Frota não negou em nenhum momento a autoria das mentiras contra Jean

São Paulo – O ex-ator pornô e deputado federal eleito Alexandre Frota (PSL-SP) foi condenado a dois anos e 26 dias de prisão em regime aberto por injúria e difamação contra o deputado reeleito Jean Wyllys (Psol-RJ). A pena será revertida por prestação de serviço comunitário. Frota será obrigado a picotar e destruir papéis por cinco horas diárias no fórum mais próximo de sua residência, em Cotia, na região metropolitana de São Paulo. Além disso, foi estipulada multa de aproximadamente R$ 300 mil. Cabe recurso, e a defesa deve recorrer.

A condenação tem relação com mentiras de Frota, ou fake news. O político aliado do presidente eleito, Jair Bolsonaro (PSL), publicou em suas redes sociais uma falsa frase atribuída a Jean Wyllys. “A pedofilia é uma prática normal em diversas espécies de animal, anormal é seu preconceito.” Além de falsa, a frase contém erro ortográfico. Mesmo assim, mais de 10 mil pessoas compartilharam a mentira e mais de 2 mil comentaram.

A decisão da juíza Adriana Freisblen de Zanetti, da 2ª Vara Federal de Osasco (SP), foi comentada pela vítima. “A partir de agora, a toda essa gente ruim, com ódio no coração, que gosta de divulgar mentiras, fake news e calúnias a meu respeito, eu digo: pensem duas vezes”, afirmou. O deputado lamenta que as mentiras contra ele motivaram manifestações de ódio e até ameaças.

No processo, a juíza deixou claro que Frota não negou em nenhum momento a autoria das mentiras, tentando apenas se justificar, acusando Jean de utilizar o processo como “palanque eleitoral”. Por sua vez, a magistrada afirmou: “Alexandre Frota Andrade, ao exercer o seu direito à livre manifestação do pensamento, claramente excedeu os limites constitucionais, porquanto atentou diretamente contra a honra e imagem do deputado federal Jean Wyllys (…) A frase foi criada com finalidade de difamar (…) causando na comunidade o sentimento de repúdio”.