Filho do jornalista Vladimir Herzog espera que investigação na OEA seja acelerada

São Paulo – Ivo Herzog, filho do jornalista Vladimir Herzog, o Vlado, assassinado em 1975, durante a ditadura, afirmou hoje (23) à Rádio Brasil Atual que tem a expectativa de […]

São Paulo – Ivo Herzog, filho do jornalista Vladimir Herzog, o Vlado, assassinado em 1975, durante a ditadura, afirmou hoje (23) à Rádio Brasil Atual que tem a expectativa de que o trâmite do caso na Organização dos Estados Americanos (OEA) seja acelerado. Isso porque o Brasil já foi condenado na Corte Interamericana de Direitos Humanos por ter sido omisso na apuração de guerrilheiros desaparecidos.

“Claro que esse processo leva pelo menos um ano e nesse um ano existe uma nova rodada de conversa e diplomacia para esgotar a tentativa de que o Brasil dê ao caso o tratamento previsto nas convenções dos estados americanos”, afirmou Ivo. “Quando o Brasil assinou a convenção (Convenção Interamericana para Prevenir e Punir a Tortura, em vigor desde fevereiro de 1987), concordou que crimes de tortura, assassinato e desaparecimento são crimes contra a humanidade e por isso não prescrevem, nem são sujeitos a anistia. Por isso devem ser investigados, seus autores identificados e julgados.”

O jornalista foi morto em outubro de 1975, em São Paulo, nas dependências do Doi-Codi, órgão subordinado ao Exército. Sua morte foi divulgada como suicídio, o que posteriormente foi desmentido. Ontem (22), o Centro pela Justiça e o Direito Internacional (Cejil) anunciou que a Comissão Interamericana de Direitos Humanos admitiu oficialmente o caso.

Para Ivo Herzog, o fato de as investigações do assassinato de seu pai entrarem em uma nova etapa representa o reconhecimento da comunidade internacional que o Brasil tem de levar o crime à Justiça. “Representa muita coisa: que existe um entendimento da comunidade internacional que os crimes cometidos devem ser levados à Justiça pelo governo brasileiro e um entendimento da comunidade internacional que o país deve seguir nas investigações por ser signatário de convenções.”

O caso de Vladimir Herzog foi apresentado à OEA em 2009 pelo Centro pela Justiça e Direito Internacional (Cejil), pela Fundação Interamericana de Defesa dos Direitos Humanos (FIDDH), pelo Grupo Tortura Nunca Mais de São Paulo e pelo Centro Santo Dias de Direitos Humanos da Arquidiocese de São Paulo. 

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