Extinção do Ministério da Cultura acusa falta de prioridade e volta ao passado, diz Dilma
Em conversa com internautas pelo Facebook, presidenta Dilma e o ex-ministro Juca Ferreira responde a perguntas sobre Cultura
Publicado 19/05/2016 - 12h47
‘Secretaria de Cultura não tem a capacidade de atender às demandas e necessidades culturais da população’
São Paulo – “A presença da Cultura como ministério é tão importante para a construção da nacionalidade brasileira que tem de estar refletida na hierarquia do Estado brasileiro”, afirmou a presidenta Dilma Rousseff em conversa com internautas pelo Facebook na manhã de hoje (19), que também conta com a participação do ex-ministro da Cultura Juca Ferreira. Ao ser questionada se uma secretaria não poderia desempenhar o mesmo papel do ministério da Cultura (MinC), extinto pelo governo interino, que subordinou a pasta ao ministério da Educação, Dilma afirmou que não se trata apenas de uma questão simbólica, mas de efetivamente garantir a cultura como prioridade no exercício da cidadania.
A presidenta lembrou que, não por acaso, o MinC foi criado como uma das primeiras medidas da redemocratização, ao fim da ditadura, e que não é coincidência que tenha sido extinto agora, como uma das primeiras medidas do governo provisório do presidente interino, Michel Temer (PMDB).
“É como se eles quisessem voltar ao passado autoritário. Uma secretaria nacional de Cultura não tem a capacidade de atender às demandas e necessidades culturais da população. Não tem a estrutura necessária para atuar, levando em conta a amplitude, a complexidade e a diversidade cultural brasileira”, disse.
Após seguidas recusas para assumir a pasta, agora esvaziada na condição de secretaria, ontem (18) o governo interno anunciou o nome de Marcelo Calero como o novo secretário nacional de Cultura. Ele ocupava a pasta na prefeitura do Rio de Janeiro.