Horizonte Paulista

Padilha afirma que PSDB não ‘foi capaz’ de articular região metropolitana de SP

Criada por Alckmin em 2011, Secretaria de Assuntos Metropolitanos existiu por apenas dois anos antes de ser rebaixada a repartição da Casa Civil. Petista critica falta de diálogo

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Padilha durante visita hoje a estação de esgoto em Guarulhos, uma das cidades da região metropolitana

São Paulo – O ex-ministro Alexandre Padilha, pré-candidato do PT a governador de São Paulo e coordenador das caravanas Horizonte Paulista, que estão percorrendo o estado em preparação para a montagem do plano de governo a ser defendido nas eleições deste ano, declarou hoje (14) em Guarulhos que vê a necessidade do retorno, “o quanto antes”, da Secretaria Estadual de Assuntos Metropolitanos. A pasta foi criada em 2011 pelo governador Geraldo Alckmin (PSDB) com o objetivo de articular políticas regionais com os municípios, mas existiu por apenas dois anos antes de se tornar uma subsecretaria da Casa Civil, comandada por Edson Aparecido (PSDB).

“Hoje, ou o diálogo não existe, ou é discriminatório. O prefeito Almeida, que governa a segunda maior cidade do estado de São Paulo, foi informado por e-mail que receberia 400 litros de água por segundo a menos. Sem diálogo, sem permitir o planejamento, sem permitir a construção da ação de enfrentamento a essa situação”, exemplificou. Sebastião Almeida (PT), prefeito de Guarulhos, afirmou que estuda mover ação judicial contra o estado por conta da forma como o racionamento foi imposto à cidade.

Para Padilha, o fim da secretaria “demonstra que o PSDB não foi capaz, em 20 anos, de criar uma agenda para a região metropolitana de São Paulo”. “Nós acompanhamos, no período em que estive no Ministério das Relações Institucionais, a construção de políticas metropolitanas para Belo Horizonte, em Minas Gerais, no Ceará, no Rio de Janeiro, no Espírito Santo, em Pernambuco. Enquanto isso, São Paulo optou por extinguir a secretaria que cuidaria desse tema”, afirmou. Padilha foi ministro das Relações Institucionais entre 2009 e 2010, e partir de 2011, no governo Dilma Rousseff, assumiu a pasta da Saúde.

Um dos temas principais a ser tratado em uma agenda metropolitana, segundo Padilha, é o transporte: com articulação entre municípios, o petista acredita que seria possível acelerar a entrega de obras e a extensão do metrô para os municípios no entorno de São Paulo. “Por enquanto, não existe integração sequer entre modais do próprio governo do estado. O cidadão pega o metrô e tem integração com o trem, mas aí vai pegar a EMTU e tem de pagar de novo”, disse. A Empresa Metropolitana de Transporte Urbano administra linhas de tróleibus e de ônibus intermunicipais.