Suplicy considera seu nome a melhor solução do PT para São Paulo

Segundo o senador, ele tem a maior proporção de votos do PT no município de SP em 31 anos de partido: quase 9 milhões em 2006

Suplicy defende mais participação popular nas decisões da prefeitura e secretarias (Foto: Waldemir Barreto / Agência Senado)

São Paulo – O senador Eduardo Suplicy considera-se um dos nomes mais fortes do PT para vencer as eleições para a prefeitura de São Paulo em 2012. Ele é um dos cinco pré-candidatos do partido que vão disputar internamente, no dia 27 de novembro, as prévias do partido.

Suplicy defende uma participação popular nas decisões da prefeitura, como eleição para as subprefeituras. Para ele, o principal problema da cidade é o desequilíbrio social que promove boa educação e moradia para uns, e para outros não.

Outra bandeira do senador seria a implantação do programa Renda Mínima na cidade. Em 2009, o prefeito José Augusto de Guarnieri Pereira (PT), da cidade de Santo Antônio do Pinhal, na região do Vale do Paraíba, criou o programa Renda Básica de Cidadania no município, com aprovação dos vereadores.

Os outros pré-candidatos do PT são os deputados federais Jilmar Tatto e Carlos Zaratini, a senadora Marta Suplicy e o ministro da Educação e favorito do ex-presidente Lula, Fernando Haddad.

 
Confira a entrevista na íntegra:

Por que o sr. quer se candidatar à prefeitura de São Paulo?
São muitas as pessoas que têm me estimulado a ser candidato à prefeitura, tanto de dentro como de fora do partido. Em relação ao objetivo do PT, de que será importante termos o nome com maior probabilidade de vencer as eleições, tenho a convicção de que sou um dos melhores nomes. Eu já fui candidato a prefeito em 1985 e em 1992, e venho obtendo votações cada vez maiores no município de São Paulo. Meu nome tem a maior proporção de votos do PT no município de SP em 31 anos de partido. Foram 8.986.807 votos em 2006 para o Senado. Na capital, obtive 51,7% dos votos, já no estado, 48%.

Qual o maior problema de São Paulo atualmente?
O maior problema é o desequilíbrio social existente, porque boa parte da população é bem provida de serviços, de boa educação, de bom atendimento de saúde e facilidade de acesso aos locais de saber e de cultura e boa qualidade de habitação. Mas há uma parcela da população que ainda vive com enorme carência e dificuldades, do ponto de vista da moradia, da qualidade do ambiente em que vive e dos meios de transporte. Ter que perder um enorme tempo para se locomover dentro cidade pelo sistema de transporte público. Da qualidade de serviços de educação e saúde, apesar de ter boa escolas em alguns bairros carentes.

Quais suas propostas para melhorar essa desigualdade e os outros problemas da cidade?
É preciso que criemos no município de São Paulo um sentido muito maior de solidariedade e de equilíbrio entre os 11 milhões e 300 mil habitantes. E por essa razão, dentre os principais objetivos que tenho em mente, é sugerir uma sistemática de grande participação popular nas decisões do prefeito, dos secretários e dos vereadores. De formas aprofundada, que poderá incluir a eleição dos subprefeitos, exemplo do que acontece em grandes municípios da América Latina, como Buenos Aires, Cidade do México e Lima. Além disso, me proponho a fazer de São Paulo um exemplo pioneiro da renda básica de cidadania.

Um programa como o Renda Mínima pode ser implantado em um município?
Os primeiros programas de renda mínima associados à educação que hoje se transformaram no programa Bolsa Família no Brasil inteiro, se iniciaram no DF, Campinas, Ribeirão Preto, Belo Horizonte e depois se espalharam. Da mesma maneira podemos iniciar as experiências da renda básica de cidadania localmente. Todos os moradores de São Paulo, desde que ali residentes há pelo menos cinco anos ou mais passarão a ter o direito de receber uma renda que, na medida do possível, será suficiente para atender às suas necessidades vitais, como um direito à cidadania.

E de onde sairia o recurso para esse programa?
Nós teríamos de debater –  o orçamento é muito significativo, de R$ 35 bilhões – como separaríamos o suficiente para prover uma renda básica para todos. Nós que temos mais contribuiremos para que nós próprios e todos os demais venham a receber.

Como  avalia a pesquisa do DataFolha, que colocou a Marta Suplicy com cerca de 30% de intenção de votos para as eleições de 2012?
Eu falei com o Mauro Paulino, do Datafolha, e sugeri que seja considerado efetivamente
meu nome. Eu tenho a intuição e o conhecimento por dialogar com as pessoas na cidade de São Paulo que, se for apresentada a alternativa de meu nome, ele será considerado com muita força. A indicação que tenho disso foi na minha última eleição, quando 51% dos eleitores de São Paulo votaram em mim.

E quanto aos outros pré-candidatos do PT?
Tenho o maior respeito por todos e tenho manifestado nas reuniões plenárias do meu partido que qualquer que seja o vencedor da prévia terá o meu apoio entusiástico.

O PSD faz parte da base aliada do governo federal. Aqui em São Paulo como será a relação com o partido do atual prefeito Gilberto Kassab?
A expectativa de hoje é que ambos os partidos apresentem candidaturas próprias para primeiro turno. O segundo turno depende. Se for eu o candidato do PT, quem sabe, podemos ter a vitória logo no primeiro.

Quais os erros do PT em gestões e campanhas eleitorais anteriores?
Precisamos aprimorar os procedimentos e garantir maior transparência nos atos de nossa administração. A partir da campanha eleitoral. Eu apresentei um projeto de lei pelo qual todos os partidos e candidatos passarão a publicar no seu site as contribuições e contas da campanha  (Projeto de Lei 564/11 institui prestação de conta em tempo real). Também precisamos deixar muito claro para a população quais os tipos de taxas e impostos arrecadados pelo governo e quais são os destinos desses recursos. Para que a população saiba bem como funciona.

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