País precisa radicalizar a inclusão social, defende diretor do Ibase

Para Cândido Grzybowski, recomposição de forças deve priorizar a cidadania

São Paulo – O diretor-geral do Instituto Brasileiro de Análises Sociais e Econômicas (Ibase), Cândido Grzybowski, defendeu uma recomposição de forças políticas em torno de projetos importantes para o país. “O Betinho insistia muito na cidadania repensar o seu papel”, afirmou, lembrando de um dos fundadores da entidade, o sociólogo Herbert de Souza. “Recompor forças significa reencontrar os laços a nível da cidadania. O que está faltando é uma grandeza de propósitos. Como será feita essa renovação é uma tarefa inclusive para nós, cidadãos.”

Para ele, uma campanha eleitoral de ânimos exaltados, como há muito não se via, complica o estabelecimento de pontes, em termos políticos. “O desafio principal é criar uma onda de construção de hegemonia, numa nova onda democratizadora. Essa eleição mostrou uma direita raivosa, que se achava que não existia mais”, disse Cândido, para quem a polarização política levou o país a uma crise semelhante ao período de 1964, ou mesmo no período imediatamente anterior, com os ataques de Carlos Lacerda ao governo, “aquele udenismo de fígado”.

Dilma Rousseff, por sua vez, se firma como personagem político. Agora, tudo dependerá de cada um aprender as lições da campanha e buscar uma agenda comum, após certos avanços no período mais recente. “Em 500 anos, só tivemos exclusão. Agora, temos que radicalizar a inclusão. Precisamos fazer política, voltar as grandes questões à agenda, não ser mesquinho”, defendeu o diretor do Ibase. Isso também significa, acrescentou, redirecionar a política econômica. “O social é incontornável. Temos de reinventar a economia, para que ela seja mais sustentável.”

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