BC contra o Brasil

‘É irracional taxa de juros de 13,75% com inflação de 5%’, diz Lula na Itália

Antes de seguir para compromissos na França, presidente Lula criticou decisão do Copom de manter a taxa de juros e o presidente do Banco Central, que “joga contra os interesses da economia brasileira”

Ricardo Stuckert
Ricardo Stuckert
Os eleitores do Nordeste são os que declaram maior confiança em Lula, que marcou 66 pontos na região que foi decisiva em sua eleição em 2022

São Paulo – O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) chamou de “irracional” a decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) de manter a taxa básica de juros (Selic) em 13,75%. Em entrevista coletiva em Roma, nesta quinta-feira (22), não poupou críticas ao presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto. “É irracional o que está acontecendo no Brasil, você ter uma taxa de 13,75% com uma inflação de 5%”, afirmou.

“Não se trata do governo ficar brigando com o Banco Central. Quem está brigando com o Banco Central hoje é a sociedade brasileira”, disse Lula, referindo-se à Confederação Nacional das Indústrias (CNI), varejistas, pequenos e médios produtores, centrais sindicais e movimentos populares.

O presidente foi enfático nas críticas e mandou novo recado ao Senado. “Tenho cobrado dos senadores. Foram os senadores que colocaram esse cidadão lá. Então os senadores têm que analisar se ele está cumprindo aquilo que foi aprovado para ele cumprir. Na lei que está aprovada, ele tem que cuidar da inflação, do crescimento econômico e da geração de empregos. Então ele tem que ser cobrado. É só isso.”

‘”Não há explicação aceitável para juros altos com inflação baixa”

Ele disse ainda que o presidente do BC, Campos Neto, não está a serviço da economia e da população brasileira. “Não existe explicação aceitável do porquê a taxa de juros está 13,75%. Nós não temos inflação de demanda”, avaliou. “Acho sinceramente que esse cidadão está jogando contra os interesses da economia brasileira”, concluiu.

O presidente viajou nesta quinta-feira para a França, onde participa de eventos em Paris, inclusive jantar oferecido pelo presidente da França, Emmanuel Macron.

Leia também:

Redação: Cida de Oliveira, com Agência Brasil