Posse

Dilma: ‘Fui reconduzida para continuar as grandes mudanças e não trairei esse chamado’

Em discurso no Congresso, presidenta volta a defender 'profunda' reforma política. Ela promete ajustes sem perda de direitos e diz que a educação será 'a prioridade das prioridades'

efe

Dilma convocou um “grande pacto nacional” de combate à corrupção

São Paulo – Em seu discurso de posse no Congresso, a presidenta Dilma Rousseff enfatizou hoje (1º) o foco nas transformações sociais do país, em combinação com o crescimento econômico, dizendo rebater a “falsa tese” de que há conflito entre estabilidade e crescimento. “Fui reconduzida à Presidência para continuar as grandes mudanças deste país e não trairei esse chamado”, afirmou. “O povo brasileiro quer mudanças, quer avançar. É isso que também quero e vou fazer com destemor, mas também com humildade, contando com apoio desta Casa e do povo brasileiro.”Segundo ela, sua vitória eleitoral deve-se à compreensão, pela população, de que há em curso um “projeto de nação” coletivo e de longo prazo.

Dilma também fez defesa de um processo “profundo” de reforma política, “que é responsabilidade constitucional desta Casa, mas que deve mobilizar toda a sociedade”. Reforma, acrescentou, que estimule o povo a “retomar seu gosto e sua admiração pela política”.

Ela ressaltou a diminuição da pobreza e a ascensão social obtidos nos últimos anos e reafirmou compromisso com direitos sociais e previdenciários – “muito especialmente” com a manutenção da política de valorização do salário mínimo. E falou também sobre a necessidade de ajustes na economia. “As mudanças (no país) dependem muito da estabilidade e da credibilidade da economia.”

Para a presidenta, democratizar o poder significa “lutar pela reforma política, ouvir com a atenção a sociedade, os movimentos sociais”. E também “combater energicamente a corrupção, que rouba o poder legítimo do povo”.

Ao convocar um “grande pacto nacional” de combate à corrupção, Dilma afirmou que jamais compactou com “qualquer ilícito ou malfeito” e disse que seu governo foi o que buscou punir corruptos e corruptores. Ao destacar o longo período sem crises institucionais vivido pelo Brasil, ela acrescentou que “nunca se apurou e puniu com tanta transparência a corrupção”. E anunciou propostas como punição rigorosa a agentes públicos que enriquecem sem justificativa, tornar crime a prática de caixa 2 e medidas para agilizar o julgamento de processos envolvendo o desvio de recursos públicos.

Dilma também anunciou o novo lema do governo (Brasil, pátria educadora), para afirmar que a educação será “a prioridade das prioridades” de sua nova gestão. “Só a educação liberta um povo e lhe abre as portas de um futuro próspero. Democratizar o conhecimento significa universalizar o acesso ao ensino de qualidade em todos os níveis, da creche à pós-graduação.” Ela lembrou que o setor receberá “volumes mais expressivos de recursos, obtidos dos royalties do petróleo e do fundo social do pré-sal”.

Leia também

Últimas notícias