PT promete obstruir PEC da coincidência dos mandatos da reforma politica

Para deputado petista José Guimarães, votar apenas um item da proposta é um 'arremedo de reforma'

A falta de acordo entre líderes frustrou Henrique Fontana, mas Eduardo Alves (centro) acha que é hora de começar a votar (Foto: J. Batista. Agência Câmara)

São Paulo – O deputado José Guimarães (CE), líder do PT na Câmara, disse no início da noite de hoje (9) que o partido vai obstruir a votação da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 3, de 1999, que prevê a coincidência de mandatos, depois de reunião com a bancada petista. Guimarães chamou a solução de votar apenas esse item de “um arremedo de reforma”. Ele afirmou também que, apesar da obstrução à votação da PEC, o partido não vai defender no momento a aprovação do relatório do deputado Henrique Fontana (PT-RS) sobre a reforma política porque o texto não tem o apoio suficiente para ser votado.

Guimarães disse ainda que o PT vai defender a retomada da discussão a partir do financiamento público de campanha, que é a espinha dorsal do relatório de Fontana. O partido deve fazer uma reunião da Executiva Nacional no próximo fim de semana, em são Paulo, para discutir a estratégia do partido sobre no tema.

Os líderes das bancadas na Câmara dos Deputados haviam decidido no final da tarde que o único dispositivo da reforma política que a Casa iria votar será a coincidência de mandatos eletivos de deputados, senadores, vereadores, e os cargos executivos para presidente da República, governadores e prefeitos. Os líderes também resolveram não votar esse item do relatório apresentado pelo deputado Henrique Fontana (PT-RS), mas a PEC 3, já aprovada em comissão especial.

O presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), disse que a solução foi a mais correta, já que a PEC prevista no relatório do deputado Henrique Fontana ainda não passou em comissão especial. “Já estou cansado de esperar consenso sobre a reforma política. É hora de começar a votar. A Casa não pode ficar a vida inteira empurrando com a barriga esse assunto”, justificou o peemedebista.

Já o relator manifestou frustração e continuou defendendo sua proposta. “Infelizmente, a decisão dos líderes foi de não votar a reforma política ampla como o Brasil precisa. Não houve concordância para dar urgência para o projeto de lei (o relatório de Fontana introduz o financiamento público de campanha). Eu defendi que a bancada que tivesse a posição contrária, apresentasse emenda para mudar o relatório. Infelizmente, o Parlamento faltou com o compromisso de votar a reforma politica”, disse Fontana. 

O líder do DEM, Ronaldo Caiado (GO), afirmou que estuda a possibilidade de apresentar uma emenda para que a eleição de presidente da República seja feita três meses após a eleição para os outros cargos (deputados, senadores, vereadores, prefeitos, governadores). “Não queremos transferir a eleição nacional para os municípios porque o candidato a presidente da República iria interferir na eleição para todos os outros cargos”, explicou Caiado.

Com informações da Agência Câmara