Ódio mata

Delegada que investigava crime político cometido por bolsonarista é afastada. PT pedirá federalização

Segundo Gleisi Hoffmann, Iane Cardoso, ex-titular do caso, postou declarações contra o PT. Justiça decretou a prisão preventiva do assassino

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Iane Cardoso teria postado em rede social declarações contra o PT, diz Gleisi Hoffmann

São Paulo – A delegada Iane Cardoso, responsável pela investigação do assassinato do petista Marcelo Aloizio de Arruda, de 50 anos, em sua festa de aniversário, por um militante bolsonarista foi substituída pelo governo do Paraná. O caso será assumido pela delegada divisional de homicídios Camila Cecconello. A informação foi divulgada pela CNN Brasil, que citou a assessoria da secretaria de Segurança Pública paranaense. A justificativa seria que “a divisional de homicídios tem mais recursos e experiência para essa situação”.

Porém, a agora ex-titular provocou críticas da cúpula do PT. Já de início, por ela ter chamado o assassino de “vítima”. Além disso, foram localizadas em suas redes sociais manifestações contra o PT. A presidente do partido, a deputada federal Gleisi Hoffmann, que é paranaense, mencionou que, segundo informações que recebeu, Iane Cardoso postou em rede social declarações contra o PT. Ainda segundo Gleisi, em 2016 a policial escreveu que “petista quando não está mentindo está roubando ou cuspindo”.

Em outro post, usou hashtags “#foralula” e “#foraPT”. A presidente do PT afirmou que pedirá ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e à Polícia Federal para assumir as investigações. Delegada que vai assumir o caso e o delegado geral do Paraná, Silvio Jacob Rockembach, já se deslocaram a Foz do Iguaçu.

Segundo o G1, o secretário de Segurança Pública do Paraná, Wagner Mesquita, afirmou estar  “verificando” a denúncia. “Não me defino como petista, nem como bolsonarista. Trato o presente caso como sempre tratei todas as investigações que presidi durante toda a minha carreira: com responsabilidade, honestidade, parcimônia e visando sempre aplicação da lei, em busca da justiça”, afirmou Iane Cardoso ao blog de Andréia Sadi,

Jorge Guaranho se apresenta no Twitter como “policial penal federal, conservador e cristão”.  Nas redes sociais, ele deixava claro que apoiava Jair Bolsonaro.

Prisão preventiva

A Justiça decretou a prisão preventiva de Jorge Guaranho, conforme anunciou o Ministério Público do Paraná (MP-PR). Segundo o promotor Tiago Lisboa, a conversão da prisão em flagrante para prisão preventiva foi aceita na noite de ontem. Guaranho está hospitalizado.

A coordenação da campanha de Lula e os partidos da aliança pedirão uma audiência com o presidente do TSE, Edson Fachin, para entregar um dossiê sobre casos de violência política contra o partido.

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