FECHAMENTO

Meio ambiente e Petrobras são destaque no último bloco do debate

Lula reafirmou compromisso com o combate ao desmatamento e criticou desmonte das empresas brasileiras sob argumento de combate à corrupção

(twitter/BandJornalismo)
(twitter/BandJornalismo)

O terceiro e último bloco do Debate da Band deste domingo (16), entre os candidatos Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Jair Bolsonaro (PL), teve com destaques temas ligados ao meio ambiente e à Petrobras. O ex-presidente rechaçou acusações de conivência com corrupção citando medidas de seu governo para o combate ao desvio de verbas e criticou o desmonte de empresas brasileiras sob argumentos de luta contra roubo de dinheiro público. Sobre o meio-ambiente, reafirmou compromisso com a diminuição do desmatamento e com apoio a comunidades da Amazônia.

Assim como no primeiro, o terceiro bloco do debate começou com uma pergunta feita por um dos mediadores, desta vez Tayguara Ribeiro. A seguir, Lula e Bolsonaro tiveram quinze minutos cada para desenvolver outros temas apresentados por eles mesmos. A pergunta que abriu o bloco foi sobre recuperação de defasagem educacional após a pandemia. Lula disse que se reunirá com governadores e prefeitos das capitais “para começar uma discussão de como recuperar esses alunos que estão atrasados”.

Petrobras em pauta

A seguir, Bolsonaro tentou trazer para a conversa casos de corrupção na Petrobras. O candidato petista respondeu citando resultados da empresa e de mecanismos de combate ao desvio de verbas implantados no governo dele. “Transformei a Petrobras na segunda maior empresa de energia do mundo. Isso permitiu que a gente ficasse autossuficiente. Decidimos fazer refinarias, o polo petroquímico de Itaboraí, no Rio de Janeiro, que foi parado. Decidimos fazer a refinaria no Maranhão, no Ceará, Rio Grande do Norte. Esse país queria ser exportador de produtos derivados e não de óleo cru como está sendo agora.”

Sobre casos de corrupção, voltou a dizer que ladrões foram presos porque houve investigação. “No nosso governo nada era escondido. A gente não tinha sigilo. Tudo era ali. Era o portal da transparência, a lei de informação, lei de acesso à informação.” Lula acrescentou que para combater a corrupção não é necessário quebrar empresas. “Foram quatro milhões e quatro mil empregos que se foram para casa do chapéu. Além disso, R$ 270 bilhões que se deixou de arrecadar, deixou-se de investir, e R$ 58 bilhões que se deixou de arrecadar. Esse foi o desastre do Brasil”, afirmou. “Na Coreia não fecharam a Samsung, na Alemanha não fecharam a Volkswagen, na França não fecharam a Alstom. Prendeu-se o dono da empresa e os trabalhadores continuaram trabalhando, a empresa continuou produzindo.”

Meio ambiente em debate

O tema seguinte de destaque do debate foi o meio-ambiente. “Quando ganhei as eleições tinha um desmatamento de 27 mil quilômetros. Caiu para quatro mil. O Brasil participou da KOP 15, em Copenhagen, do encontro de Paris, em que era elogiado porque era o país que menos desmatava e que mais cuidava da questão ambiental”. O cenário, segundo o ex-presidente, é outro agora. “Essa é a palavra: destruição. Invasão de terra indígena, garimpo ilegal, coisa que nós vamos proibir. Vou criar o Ministério dos Povos Originários, os indígenas vão indicar um ministro”, disse. “Vamos tentar fazer da biodiversidade uma forma de enriquecimento daquele povo da Amazônia, de quase 30 milhões de pessoas, e não desmatar.” Lula lembrou ainda da gestão de Ricardo Salles no Ministério do Meio Ambiente, “Você colocou um ministro que desmatava tudo, não teve o menor respeito pela Amazônia. Para você, o que vale é quebrar, desmatar.”

Ao final do debate, o ex-presidente teve aceito um dos pedidos de direito de resposta que fez. “Eu deveria ter direito a dois direitos de resposta, porque eu fui agredido várias vezes, com mentiras. Deixa eu dizer uma coisa para você, Bolsonaro, você continua descaradamente mentindo. Descaradamente. Porque efetivamente vou voltar a governar o país porque o povo precisa de alguém que cuida deles, o povo não quer alguém que compre 51 imóveis com dinheiro vivo, que gaste R$ 36 milhões no cartão, o povo não quer mais rachadinha. O Lula vai voltar à cena de cuidar do povo brasileiro, porque o povo precisa, precisa de alguém que cuide dele, e você sabe que eu sei cuidar do povo”, finalizou.


Leia também


Últimas notícias