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Apenas 17% confiam sempre no que o presidente fala. A maioria, nunca ou só às vezes

Mais da metade não confia nunca. Assim, desconfiança supera os 80%

Isac Nóbrega/PR
Isac Nóbrega/PR
Segundo pesquisa do Datafolha, nível de confiança nas falas sempre foi baixo

São Paulo – Com uma rotina de declarações agressivas, falsas e contraditórias, apenas 17% das pessoas acreditam sempre no que o presidente da República fala, segundo pesquisa Datafolha, que ontem (24) divulgou novo levantamento de intenção de votos. Esse índice teve leve melhora em relação a dezembro (13%), mas sempre foi baixo. Está praticamente igual ao de um ano atrás (18%), e no melhor momento chegou a 22%, mostrando que os pronunciamentos presidenciais têm pouca credibilidade.

Os que não acreditam nunca são mais da metade dos entrevistados: 53%. Esse índice já chegou a 60%, recorde, também em dezembro. Um ano atrás, estava em 45%. Já os que acreditam só às vezes somam 29%. Assim, como lembra o Datafolha, aqueles que desconfiam total ou parcialmente das falas do presidente somam 82%. Entre as regiões, os que nunca acreditam nele são 44% no Sul, subindo para 61% entre os eleitores do Nordeste.

Mesmo entre os evangélicos, uma de suas bases eleitorais, há mais eleitores que não confiam nunca (40%) do que sempre (25%). Entre os empresários, 33% também acreditam sempre nas palavras presidenciais. Ante 26% de aposentados, 23% de funcionários públicos, 18% de assalariados, 10% de desempregados e meros 4% de estudantes.

Verborragia

Na análise do Datafolha, certa melhoria no desempenho presidencial pode estar vinculada a resultados menos alarmantes da covid-19 e ao Auxílio Brasil, “mas também a estratégias calculadas de marketing que buscam domar sua verborragia característica”. E há também mais apoio entre o seu eleitorado tradicional, como aquelas pessoas de maiores poder aquisitivo.

De acordo com o instituto, a pesquisa foi feita com 2.556 eleitores com 16 anos ou mais em 181 cidades de todo o país, terça e quarta-feira (22 e 23). A margem de erro é de dois pontos percentuais, para mais ou menos. O levantamento está registrado no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) sob o número BR-08967/2022.