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CUT e FUP lançam manifesto em apoio à Petrobras e a Prates

Além de receber críticas do mercado pela redução de preços dos combustíveis, Jean Paul Prates divergiu de ministro em relação à exploração de gás. E ainda é alvo da cobiça do Centrão

Tomaz Silva/Agência Brasil
Tomaz Silva/Agência Brasil
Petroleiros se sentem repreentados pela política implementada por Prates à frente da Petrobras

São Paulo – A CUT e a Federação Única dos Petroleiros (FUP) lançaram nesta quarta-feira (26) manifesto em apoio à atual política adotada pela Petrobras, que culminou na redução dos preços da gasolina, diesel e gás de cozinha. As entidades também reforçaram o apoio a Jean Paul Prates, que preside a companhia.

“Abrasileirar os preços da Petrobras era desejo e promessa de campanha do presidente Lula. O presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, fez isso acontecer. No entanto, a partir dessa importante decisão, a Petrobras, seu presidente e diretoria vêm sofrendo ataques constantes dos adversários que querem a volta de uma política que foi derrotada pelas urnas nas eleições presidenciais passadas”, diz o manifesto.

O documento afirma que, após enfrentar violentos ataques nos últimos seis anos, a Petrobras voltou “a trilhar o caminho do crescimento, atendendo aos interesses do povo brasileiro, com respeito aos seus empregados”.

“A política de desmonte, privatização e internacionalização do mercado nacional de combustíveis e da Petrobras é uma página virada. A reformulação da capacidade de pagamento de dividendos da empresa deve respeitar, primeiramente, os preceitos dos investimentos necessários para o constante fortalecimento da Petrobras, evitando políticas que satisfaçam somente os acionistas privados”, diz outro trecho do manifesto.

Como “legítima representante da categoria petroleira e trabalhadores da Petrobras”, a FUP ressalta que “se sente representada pela política implementada pelo atual presidente da empresa e sua diretoria, confiante em uma política de valorização da companhia, que retoma, no governo do presidente Lula, seu papel de indutora do desenvolvimento”.

Os “adversários” 

Por um lado, importadores reclamam da redução dos preços dos combustíveis. A Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis (Abicom), por exemplo, afirma que o preço da gasolina nas refinarias da estatal acumula cerca de 19% de defasagem em relação ao preço internacional. Por outro lado, representantes do sistema financeiro temem que uma eventual ampliação dos planos de investimento da estatal comprometa a bilionária distribuição de dividendos pela companhia.

Além disso, há pressões políticas. Recentemente, Prates e o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira (PSD-MG), chegaram a trocar farpas sobre a política de gás da estatal. Silveira reclamou do alto percentual de gás devolvido aos poços de exploração. Nesse sentido, ele defende aumentar a oferta de gás como forma de reduzir os preços. Prates, no entanto, defende que a reinjeção de gás permite aumentar a extração de petróleo, além de mitigar a emissão de gases poluentes.

Há ainda a cobiça dos partidos do Centrão, que avançam na busca por espaços no governo que eles nem sequer atuaram para eleger. Nesse sentido, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva negou na semana passada a possibilidade de indicar o nome do ministro da Casa Civil, Rui Costa, para presidir a Petrobras no lugar de Prates. O objetivo dos partidos do Centrão seria indicar o substituto de Rui Costa, assumindo assim o “coração” do governo.