CPI dos Transportes fracassa e oposição recomeça trabalho do zero

Tucano compara retirada de assinatura de CPI a emissão de cheque sem fundo

Álvaro Dias foi quem tomou a frente para recolher assinaturas e instalar a CPI dos Transportes (Foto: Waldemir Barreto\ Ag. Câmara)

São Paulo – Depois de a oposição comemorar por ter alcançado o número de assinaturas necessárias para a instalação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar o Ministério dos Transportes no Senado, o processo volta à estaca zero. Como dois parlamentares retiraram o apoio à comissão, o presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), seguiu o regimento e devolveu, nesta quinta-feira (4), o requerimento de instalação da CPI, obrigando a oposição a recomeçar o trabalho.

Os senadores João Durval (PDT-BA) e Reditario Cassol (PP-RO) voltaram atrás depois de assinar o documento que pedia a instalação da CPI. São necessárias 27 firmas para o requerimento ser válido. Se criada, a CPI teria como objetivo investigar as denúncias que envolvem o Ministério dos Transportes, o Departamento Nacional de Infraestrutura dos Transportes (Dnit) e a estatal Valec, dedicada a obras ferroviárias. Desde o início das denúncias, em julho, pelo menos 20 servidores deixaram seus cargos, incluindo o senador Alfredo Nascimento (PR-AM), que ocupava o cargo.

O líder do PSDB na Casa, senador Álvaro Dias (PSDB-PR), foi quem encabeçou a coleta de apoios ao pedido de CPI. Ele demonstrou decepção ao receber de volta o documento. “Respeito a decisão de cada senador, mas eu creio que assinar e depois retirar a assinatura é semelhante àquele que assina um cheque e descobre que está sem fundos”, disparou o líder.

Dias garante que irá buscar novamente o apoio dos adeptos à investigação. “Nós retomaremos o trabalho de coleta de assinaturas, na expectativa que os que assinaram assinem novamente, e que nós consigamos mais duas assinaturas para chegar a pelo menos 27”, garantiu.

Após o susto, a liderança do governo no Senado já tratou de se prevenir contra novas investidas da oposição. “A oposição não tem 27 membros (no Senado). A base do governo é majoritária aqui, portanto tem a condição de evitar uma CPI se os senadores e senadoras não assinarem. É isso que nós vamos procurar mostrar”, disse o senador Romero Jucá (PMDB-RR).

Com informações da agência Reuters

 

Leia também

Últimas notícias