Contagem da PF chega a R$ 51 milhões no ‘bunker’ de Geddel
Cálculo durou mais de 14 horas e a PF utilizou sete máquinas para ajudar na lida
Publicado 06/09/2017 - 10h39

GGN – Após horas contando o dinheiro apreendido em caixas e malas no apartamento que seria usado como “bunker” de Geddel Vieira Lima, que compôs o núcleo principal do governo de Michel Temer, em Salvador, a Polícia Federal (PF) chegou à cifra de 42,6 milhões de reais e mais 2,7 milhões de dólares (8,37 milhões de reais).
A contagem durou mais de 14 horas e a PF utilizou sete máquinas para ajudar na tarefa. Segundo a PF esta é a maior apreensão de dinheiro em espécie já feita pela corporação.
A chamada operação Tesouro Perdido pela PF,foi deflagrada na manhã da terça (5), sendo um desdobramento de outra investigação, a Cui Bono – expressão latina que significa literalmente “a quem beneficia?”–, sobre fraudes em liberações de empréstimos pela Caixa Econômica Federal (CEF). O dinheiro será depositado em conta judicial.
Geddel Vieira Lima (PMDB-BA) e ex-ministro de Temer (PMDB-SP), está em prisão domiciliar. Foi preso no dia 3 de julho e recebeu habeas corpus para cumprir medida restritiva em sua casa, em Salvador.
Segundo a Cui Bono, que apura as ações de Geddel e outros na questão dos créditos e recursos da CEF, estariam no mesmo pacote o ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha (PMDB-RJ) e o doleiro Lúcio Funaro.
Geddel é apontado como recebedor de R$ 20 milhões em propina pela troca de aprovação de empréstimos no banco ou por liberação de créditos do FI-FGTS para beneficiar empresas.
O juiz Vallisney Oliveira, que proferiu decisão que autorizava a ação de busca e apreensão ‘bunker’ , cita que o apartamento está em nome de Silvio Silveira, que teria o imóvel a Geddel para que guardasse “caixas com documentos”.
No mandado, o juiz diz que conversas com moradores do prédio confirmariam que uma pessoa estaria utilizando o imóvel para guardar ‘pertences do pai’. Esta pessoa poderia ser Geddel, cujo pai faleceu em janeiro de 2016.
Até o fechamento desta matéria, a defesa de Geddel ainda não havia se manifestado.