Congresso deve votar anulação da sessão que afastou Jango da Presidência

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Brasília – O Congresso Nacional deve analisar, nesta terça (19), o projeto de resolução que anula a sessão do Congresso Nacional que, em 1º de abril de 1964 declarou vaga a Presidência da República. O então presidente João Goulart  havia deixado Brasília e viajado para o Rio Grande do Sul.A decisão do Congresso abriu caminho para o estabelecimento do regime militar.

Autor do projeto, o senador Pedro Simon (PMDB-RS) alega que o presidente Goulart estava em território nacional e em local conhecido na madrugada de 1º para 2 de abril de 1964, motivo pelo qual a Presidência não poderia ter sido declarada vaga.

Um dos signatários do projeto, o senador Randolfe Rodrigues (PSOL-AP), explicou que a aprovação da proposta retirará o “ar de legalidade” do golpe de 1964. Após o apelo de parlamentares, o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), prometeu apoio para agilizar a votação do projeto.

Os restos mortais de Jango, exumados na quarta-feira (13), chegaram na manhã do dia seguinte a Brasília, com honras de Estado. Eles passarão por exames no Instituto de Criminalística. Os testes foram solicitados pela família à Comissão da Verdade após declarações de um ex-agente da repressão da ditadura uruguaia, segundo o qual Jango teria sido envenenado.

Segundo informou Randolfe Rodrigues em Plenário, nesta quinta-feira, familiares de João Goulart telefonaram a ele e disseram que participarão da sessão do Congresso.